ÁFRICA DO SUL
De acordo com as últimas informações disponíveis, a situação relativa à onda de xenofobia contra estrangeiros no país em que vigorou o «apartheid» – regime que viria a ser deposto graças à solidariedade dos Estados de onde provém os imigrantes ora agredidos, assassinados e espoliados – a situação nos mais diversos pontos apresenta-se como se segue:
Província do Limpopo
A situação permanece calma na área de Mohlaletsi depois de cidadãos estrangeiros terem sido desalojados de suas casas. Um grupo de 40 moçambicanos e zimbabweanos procuraram refúgio na esquadra da polícia de Apel depois das suas habitações e bens terem ficado destruídos pelo fogo no dia 26 do corrente.
Província de Gauteng
As ONG´s que prestam auxilio às pessoas que ficaram sem as suas casas e haveres temem que o tempo frio que se faz sentir nesta zona da África do Sul venha a agravar o estado clínico das vítimas da onda de violência xenófoba. Centenas de pessoas encontram-se doentes devido às condições não higiénicas em que vivem.
Cidadãos estrangeiros que procuraram refúgio em esquadras da polícia afirmam estar a ser vítimas de maus tratos por parte de agentes policiais.
Diversas escolas continuam a registar uma fraca afluência, tanto de professores como de alunos não obstante a situação estar a regressar gradualmente à normalidade.
A Cruz Vermelha presta auxílio a cerca de 25.000 pessoas acomodadas em mais de 20 centros em diversas partes da África do Sul.
Província do Cabo Oriental
O receio de ataques xenófobos na região de Mthatha resultou no encerramento de escolas privadas. Comerciantes estrangeiros foram avisados de que deveriam encerrar os seus estabelecimentos. As escolas, que são frequentadas fundamentalmente por filhos de indivíduos estrangeiros, não reabrirão até aviso em contrário.
Província do Cabo Ocidental
Lekota referiu que nesta província, o exército havia dado abrigo a mais de 1.000 refugiados. No entanto, ainda não foi necessário desdobrar tropas na província do Cabo Ocidental.
O ministro da defesa da África do Sul, Mosioua Lekota, disse não estar definido o prazo de retirada de unidades do exército que a semana passada foram desdobradas nas zonas afectadas por ataques xenófobos. Até ao momento foram colocados 200 membros de um batalhão das SADF em outras zonas do país.
Cidade do Cabo
A presidente do Concelho Executivo da Cidade do Cabo, Helen Zille, apelou ao Ministério da Defesa para desdobrar no terreno uma força de manutenção de paz como forma de prestar auxílio à reintegração de estrangeiros na condição de deslocados. Zille, que é também líder do partido da oposição, Aliança Democrática, reiterou o apelo lançado ao Ministério do Interior para que aumentasse o número do pessoal que presta assistência a estrangeiros que tencionam regressar aos seus países de origem.
Um jovem de 18 anos foi alvejado por uma arma de fogo quanto tentava assaltar a loja de um estrangeiro em Kraaifontein nos arredores da Cidade do Cabo. Um porta-voz da polícia disse terem-se registado casos esporádicos de violência em Khayelitsha, Du Noon e Kuilsriver.
(Redacção / SABC News) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 28.05.2008