Xenofobia não acontece só em África na Europa já está em marcha
ITÁLIA - Roma tem onda anti-Roma (ciganos)
Isaac Bigio*/Especial para BR Press
(Londres, BR Press) - Na Itália nasceu o fascismo e este é, hoje, o único pais da União Européia em que militantes que provêem desta corrente estão no partido do governo e detêm a prefeitura da capital. Roma está se convertendo no centro da maior onda de ataques contra os imigrantes provenientes de países pobres e contra os ciganos, principalmente os de origem romena.
Berlusconi quer criminalizar os “ilegais” e deportá-los tão logo os localize, mesmo que a maioria deles não seja formada por delinquentes, mas faça parte dos quase dois milhões de empregados domésticos e de cuidadores de pessoas idosas ou enfermeiras que vivem na Itália.
O Parlamento Europeu chegou, inclusive, a questionar Roma pela forma como maltrata os roma (chamados vulgarmente de ciganos) e pretende expulsar grande parte de seus 50.000 ciganos romenos (que são cidadãos da UE e por isso gozam do direito de estabelecer-se em qualquer nação do dito bloco). O ódio aos ciganos foi, juntamente com o anti-semitismo, um dos pilares do holocausto nazista. Se a ciganofobia não for detida, se acentuará a onda que se empenha em expulsar os latinos da Europa.
Isaac Bigio
Xenofobia não acontece só em África na Europa já está em marcha
O Autarca
Dialogando
por João Craveirinha
Nota à análise de Isaac Bígio: "Se a ciganofobia não for detida, se acentuará a onda que se empenha em expulsar os latinos da Europa."
Com pode ser possível serem expulsos os latinos da Europa latina. Italianos são o quê? Os verdadeiros latinos surgiram na antiga Roma hoje Itália por tal são os latinos nº 1 actualmente. Isso só traz confusão aos leitores pouco informados culturalmente sobretudo da América do Sul, Central e nos Estados Unidos da América. Há uma Europa Latina há milhares de anos.
Atenção ao termo latino na Europa: portugueses, espanhóis, franceses, italianos, romenos, parte dos suíços e belgas e os luxemburgueses, são povos latinos ou latinizados... Por essa ordem de ideias também haverá afro-latinos: os das antigas colónias francesas, portuguesas e espanholas em África e um pouco dos italianos na Etiópia e Somália.
O termo utilizado na América do Sul deveria se referenciar mais como América afro-ameríndia latina e não latina ou de latinos (pois não o são): os mestiços sul-americanos devido ao complexo colonial da cor mais clara e cabelo liso, conotar com superioridade por perto do europeu, não querem misturas com os mais escuros ou morenos das Américas de falas (hablas) portuguesa (Brasil) e espanhola (que por sua vez também discriminam os mestizos mais morenos índios e os negros por toda a América dita latina e nos EUA). Em Cuba, Venezuela e Bolívia também existe discriminação mas de outra forma. Das classes mais poderosas politicamente e economicamente. Note-se Chavez é mestiço negro / ameríndio e Morales é ameríndio com algum cruzamento passado com espanhol e antepassado escravo negro. Os escravos negros foram trazidos à força pelos portugueses e espanhóis para desenvolver as Américas e se misturaram com o dito índio e o europeu incluindo na América central (México) e nos EUA e Canadá.
Resumindo:
Na realidade os verdadeiros latinos só existem na Europa e são europeus.
Xenofobia não acontece somente na RSA ou em África. Na Europa já começou. Era isso se calhar que o Prof. britânico-jamaicano, Paul Gilroy (sociologia da cultura) se queria referir sem ferir susceptibilidades na última conferência que concedeu numa Universidade pública em Lisboa - sobre a Europa se estar a tornar mais europeia. Leia-se “branca”.
João Craveirinha