O Estado moçambicano pretende alienar 20 por cento do capital da empresa pública de telefonia móvel de Moçambique, mCel, a maior do país, indicou o presidente do Instituto de Gestão das Participações do Estado, Daniel Gabriel.
De acordo com o responsável pelo instituto que gere as participações do Estado nas empresas, citado pelo semanário moçambicano Savana, está a ser elaborada uma proposta nesse sentido mas "ainda não há nada de concreto sobre a operação",
O semanário adianta que "parte substancial das acções" poderá ficar nas mãos de "um grupo dirigido por jovens herdeiros da nomenclatura", numa alusão a figuras do partido no poder em Moçambique desde a independência, a FRELIMO.
Questionado sobre os detalhes do negócio, Daniel Gabriel escusou-se a revelar alegando ser "contraproducente avançar dados que ainda não foram definitivamente avançados".
Recentemente, o Grupo Whatana, uma holding criada de raiz por dois jovens moçambicanos, Malenga Machel, filho de Samora Machel, primeiro Presidente moçambicano, e Nuno Quelhas, tornou-se accionista da Vodacom Moçambique, a segunda operadora de telefonia móvel, detida maioritariamente por capitais sul-africanos.
A Vodacom Moçambique é controlada em 85 por cento pela Vodacom da África do Sul, sendo que os 10 por cento remanescentes estão repartidos por igual entre a INTELEC e EMOTEL, entidades à frente das quais estão, entre outras figuras, o deputado da FRELIMO Hermenegildo Gamito e Salimo Abdula, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, representante do Estado no sector privado.
A estrutura accionista da Vodacom Internacional é composta pela Telkom SA (50 por cento), VenFin (15 por cento) e o Grupo Vodafone (35 por cento).
A Whatana, que actualmente controla cinco por cento da Vodacom Moçambique, num investimento de 10 milhões de dólares, é presidida por Graça Machel, viúva de Samora Machel e actual mulher de Nelson Mandela.
Na Whatana, Graça Machel detém 20 por cento das acções, contra 40 por cento de Malenga Machel, seu filho, e os restantes 40 por cento são controlados por Nuno Quelhas.
A Whatana possui interesses empresariais nas áreas de consultoria, logística, investimentos e finanças, bem como no ramo automóvel, através da Whatana Auto, uma das empresas que possui uma parceria com a Petromoc para o transporte de combustível de longo curso.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 20.06.2008