O USO de materiais alternativos de construção para a edificação de infra-estruturas públicas e privadas vai ser regulamentado e incentivado no quadro da busca de soluções com vista a fazer face ao elevado custo de obras com sistemas convencionais.Um dos sistemas que se defende é o uso do cimento-solo e tijolos queimados, vulgarmente denominado tijolo-burro, cujo custo de produção é relativamente mais baixo, comparativamente aos materiais convencionais como cimento industrial, varão de ferro e blocos de areia e cimento, normalmente usados nestas situações.
Maputo, Sábado, 21 de Junho de 2008:: Notícias
A estratégia surge face à crescente necessidade de infra-estruturas públicas e habitacionais em diferentes locais, como também para colmatar o elevado custo dos materiais de construção com os sistemas convencionais.
Perante a situação, torna-se necessária a aplicação de fórmulas que conduzam à construção de infra-estruturas usando princípios económicos, que passam pela utilização de sistemas integrados que associam massivamente a mão-de-obra local, materiais e sistemas construtivos alternativos, projectos tipos e uma assistência mais reforçada a nível local.
Foi neste quadro que se realizou esta semana em Maputo um seminário visando a apreciação da Estratégia Nacional para Aplicação e Disseminação de Materiais e Sistemas Construtivos Alternativos, ora em elaboração e com perspectiva de entrar em vigor ainda no presente ano.
De acordo com fonte do Ministério das Obras Públicas e Habitação, com o uso de materiais e sistemas construtivos alternativos provou-se ser possível reduzir os impactos sobre o elevado custo do material convencional. Segundo o Vice-Ministro das Obras Públicas e Habitação, Gabriel Muthisse, há exemplos concretos que estimulam o Governo a apostar nesses sistemas, nomeadamente as 130 residências dos tipos II e III, as 11 escolas primárias do primeiro grau, dois postos policiais, um mercado e dois centros de Saúde de tipo III e dois edifícios de círculos de interesse recentemente construídos na província de Sofala.
Na província de Manica foram construídos 10 salas de aulas, 15 latrinas, sete residências do tipo II, um complexo residencial com dormitórios, refeitórios e escritórios, dois postos policiais e estão em construção mais de 20 casas, no âmbito do Fundo para o Fomento da Habitação.
Gabriel Muthisse destacou igualmente a construção do projecto integrado de Timbe-Timbe, em Sofala, onde do nada nasceu uma urbe rural constituída por postos de Saúde e policial, escolas, mercado e residências para funcionários. Estas e outras realizações, segundo Gabriel Muthisse, foram possíveis graças à aprovação, no ano passado, da norma sobre o uso do bloco e cimento na construção.
Muthisse disse que a aposta do seu pelouro é a incorporação de novos produtos, “porque a diversidade de materiais e sistemas construtivos afigura-se para o nosso país como uma alternativa viável no prosseguimento das acções com vista à redução dos custos de produção, bem como dos tempos de construção”.
Entretanto, segundo dados colhidos pela nossa Reportagem, a elaboração da estratégia nacional foi antecedida de um diagnóstico que incidiu na análise das tendências do meio envolvente, com o intuito de identificar durante a sua implementação as principais oportunidades e ameaças ao meio ambiente.