Abriram esta manhã as urnas para a segunda volta nas eleições presidenciais do Zimbabue, entre receios de violência contra aqueles que votem em Morgan Tsvangirai, cujo nome está presente nos boletins de voto.
O actual presidente Robert Mugabe é o único candidato na eleição, após a retirada do líder da oposição, Morgan Tsvangirai como forma de protesto contra a violência e intimidação vividas no país.
A comunidade internacional apelou a um adiamento da votação enquanto que o G8 adiantou que, nas actuais condições não será reconhecida a legitimidade dos resultados.
O líder do movimento para a mudança democrática apelou aos seus apoiantes para irem às urnas apenas se as suas vidas estiverem ameaçadas.
Pressão para votar
Qualquer que seja o resultado não é legitimo e eu não quero desperdiçar o meu tempo.
Eleitora no Zimbabue
Mas de acordo com um dos membros do parlamento pelo MDC, Wilas Madzimure, milícias leais ao Presidente estão forçar as pessoas a votarem.
"Sabemos que, em zonas rurais as milícias já estão a dividir as pessoas por grupos, dando-lhes números para irem votar. As pessoas não resistem quando são colocadas sobre essa pressão porque a consequência será a morte".
"Por isso dizemos às nossas pessoas para que vão votar caso tenham as suas vidas ameaçadas. A decisão é vossa", afirmou Wilas Madzimure, deputado pelo MDC no Parlamento zimbabueano.
Processo comprometido
A afluência às urnas tem, até agora sido muito inferior à verificada em Março, quando Tsvangirai venceu a maioria dos votos. Na cidade de Mutare uma eleitora explicou que não irá votar porque afirmou que o processo eleitoral é fraudulento.
"Eu acredito e sei que este processo está comprometido. Qualquer que seja o resultado não é legitimo e eu não quero desperdiçar o meu tempo. Estou apenas em Mutare porque tive que procurar refúgio aqui."
"Eu ensino em zonas rurais e é nessas zonas que a maioria da intimidação está a ser levada a cabo. As pessoas pessoas estão com muito medo e votar nessas circunstâncias não irá reflectir a verdadeira opinião do povo Zimbabueano", disse.
Os Estados Unidos da América e a União Europeia afirmaram entretanto que o Conselho de Segurança da ONU está a considerar a implementação de sanções ao Zimbabue quando se reunir na próxima semana.
BBC - 27.06.2008