MIA Couto apresentou recentemente em Maputo o seu mais recente livro, o romance “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”. É o 23º deste que é o autor moçambicano mais lido interna e externamente. As vendas no país e as traduções para inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, dinamarquês, hebraico... são o espelho do quão apetecível é este escritor. O novo livro marca uma certa viragem na escrita de Mia Couto: se ele se fez famoso numa carreira de quase três décadas inventando palavras – é conhecido como “o inventor da língua” –, nos venenos e remédios que agora oferece à literatura a faceta já não é essa.
É simplesmente a de um imaginativo comunicador, contador de uma história desdenhável à priori mas que com o fluir das páginas se revela apetecível, porque nos faz debater o que pensamos saber mas que na verdade... ignoramos. É assim este “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, chamamento a um diálogo praticamente inexistente: o diálogo entre nós e os outros, por exemplo os países de língua portuguesa, por via da cultura. A saída deste livro foi um novo pretexto para uma nova conversa com Mia Couto. Falámos de literatura e de outros temas inevitáveis quando se está por estes dias perante um actor importante na língua que também é nossa: o andamento da CPLP e o polémico acordo ortográfico. Eis alguns trechos dessa conversa com o também autor de “Terra Sonâmbula” e “ Varanda do Frangipani”:
Maputo, Quarta-Feira, 25 de Junho de 2008:: Notícias
- Pelo que percebi percorrendo as páginas de “Venenos de Deus, Remédios do Diabo”, este livro é uma viagem à uma outra vertente da cultura, como os encontros e as divergências de perspectivas de ver o mundo, de procuras e encontros de identidade... É isso?
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