Depois de lançar “O que dizem certos animais”
Alberto Viegas, autor do livro “O que Dizem Certos Animais”, está à procura de patrocínio para a edição de nova obra, intitulada “Práticas Funerárias”, na qual abre espaço para uma reflexão sobre os procedimentos de certas comunidades à volta dos funerais.
Nessa obra, o escritor questiona o uso do luto, bem como aquilo que considera de “despesas exageradas” efectuadas pelas famílias enlutadas para animar o ambiente durante as cerimonias fúnebres.
Será por sermos negros que a roupa de cor preta nos identifica com a tristeza?!. Questiona-se Viegas, anotando que quando alguém perde um ente querido, depois do enterro as pessoas ficam três dias a cantar, a comer, a beber, e a família enlutada tem de fazer mais despesas. Isso é correcto?
Alberto Viegas remete os académicos a uma profunda reflexão sobre estas práticas para que a população se aperceba das suas consequências negativas.
O nosso entrevistado disse ter escrito, igualmente, alguns episódios sobre a história da província de Nampula que, entretanto, não foram editados, por alegada falta de fundos.
Segundo a fonte, a história retrata várias cenas do distrito de Mossuril (onde esteve cerca de 25 anos como
professor primário) e de Mogovolas.
Por exemplo, à minha chegada ao Mossuril, em 1950, conheci a mulher de Neutel de Abreu, que era conhecido na região, por Mahoho, e cuja estátua se encontra patente no Museu Militar. Na altura, também residiam ali outros oficiais militares que haviam participado na batalha de ocupação do território moçambicano.
Alberto Viegas realçou os apoios do Banco de Moçambique (BM) e da Universidade Lúrio (UNILÚRIO), que tornaram possível a publicação deste seu segundo livro, que contém, maioritariamente, histórias de animais.
A cerimónia do lançamento de “O que nos contam certos animais” teve lugar no passado dia 13 deste mês e foi testemunhada por um vasto auditório.
Alberto Viegas nasceu em Karau, distrito de Cuamba, província do Niassa a 10 de Junho de 1927. Em 1950 tirou o curso de professores indígenas em Nampula e começou a leccionar em Mossuril e Lunga.
De 1975 a 1984 leccionou no Centro de Formação de Professores Primários em Namapa, e em 1987, aos 60 anos de idade, completou o curso de História e Geografia no Instituto Médio.
Ao longo da sua carreira, Viegas desempenhou vários cargos, nomeadamente, o de secretário da OJM e o de delegado do então Instituto Nacional de Prevenção e Combate às Calamidades Naturais. Actualmente, exerce
a função de assessor do governador da província de Nampula para assuntos comunitários.
WAMPHULA FAX - 20.06.2008