O Conselho Municipal de Nacala-Porto, em Nampula, recusa-se a receber uma obra referente à construção de raiz de uma estrada com uma extensão estimada em cerca de um quilómetro à base de pavês, uma situação que está a alimentar várias interpretações de ordem política no seio dos munícipes. A acusação é de Chale Ossufo, representante do Governo em Nacala-Porto, que disse há dias que o seu executivo teve que desembolsar pouco mais de dois milhões de meticais para investir na construção de uma estrada como forma única de prevenir o possível desabamento de alguns prédios localizados nas proximidades que se apresentam numa situação de risco devido às correntes das águas das chuvas.
Maputo, Terça-Feira, 1 de Julho de 2008:: Notícias
De acordo com Ossufo, a implementação da empreitada da estrada número 52, que passa em frente do edifício onde funcionam os serviços municipais, em Nacala-Porto, constava do manifesto eleitoral da Renamo, promessa que não foi cumprida até ao momento pelos órgãos autárquicos deste partido a frente da gestão daquela cidade desde Fevereiro de 2004.
“A última época chuvosa foi muito forte e saldou-se, sobretudo, no agravamento dos problemas ambientais, em particular com relação à erosão dos solos em alguns bairros. Tal situação colocava em perigo mais de uma dezena de prédios situados nas margens daquela estrada que corriam o risco de ruir a qualquer momento, caso tardasse uma intervenção para inverter o cenário e, assim, o Governo optou por uma construção de raiz à base de pavês que eliminou todos os perigos, pois o sistema de drenagem concebido atacou as águas pluviais”, disse o governante.
Chale Ossufo especula que razões de ordem política e de aparente incapacidade financeira por parte da edilidade de Nacala-Porto para garantir o cumprimento de uma das suas importantes promessas ao eleitorado poderá estar na base da recusa caracterizada pelo silêncio.
A edilidade de Nacala-Porto, segundo Chale Ossufo, gazetou recentemente à cerimónia da recepção da obra que seria entregue pelo empreiteiro ao Governo e este, por sua vez, aos órgãos municipais.
O Presidente do Município de Nacala-Porto, Manuel dos Santos, abordado pela nossa Reportagem a propósito das acusações de Chale Ossufo, disse não existir nenhuma verdade sobre as acusações que recaem sobre a edilidade e acrescentou:
“O Conselho Municipal negociou com a CMC a construção da referida estrada, garantindo a isenção no pagamento de alguns impostos que recaem sobre obras do género e não seria agora que iríamos recusar a obra”.
Alegou que o Governo de Nacala-Porto queria que ele como edil da cidade estivesse presente no acto em que foi representado por um vereador, entretanto, ignorado pelos presentes. Ajuntou ainda que no dia da entrega encontrava-se em missão de serviço na cidade de Maputo.