Por Fred Cawanda, Jornalista da PANA
Mais uma vez, África voltou a pontuar em cheio na escala das suas abcissas negativas. O desfecho das últimas eleições no Zimbabwe de Robert Gabriel Mugabe acabou mesmo por não surpreender ninguém, ao dar ao mundo um cenário que já era praticamente previsível ou que muitos já receavam: repressão, desprezo da vontade popular e obsessão ao poder.
Na verdade, o contrário é que teria sido a grande surpresa, ou seja, um processo civilizado, pacato e coroado pelo triunfo espontâneo da vontade geral sobre o egoísmo individual dos "ilustres" discípulos do célebre mestre de Florença, Nicolau Maquiavel. Mas nada disso aconteceu. No seu lugar, ofereceu-se ainda mais argumentos aos militantes do afropessimismo.
E isto, numa altura em que as memórias registam ainda imagens muito frescas da tragédia queniana em que, num ápice, milhares de Quenianos perderam as suas vidas por meros caprichos daqueles que eram supostos velar pela sua protecção, segurança e bem-estar.
Como poderá, então, África defender-se convincentemente diante dos seus detractores? Como explicar tamanhas reincidências em derrapagens que não fazem senão agravar e eternizar os sofrimentos dos governados? Até quando se continuará a imputar tais fiascos aos fantasmas do "imperialismo", ou a buscar raízes externas para todas as disfunções domésticas?
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