Eleições no Zimbabwe
O líder da oposição do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, do MDC, descreveu a segunda volta das eleições presidenciais que se realizaram esta sexta-feira, como “um exercício de intimidação em massa”.
Tsvangirai que boicotou o acto eleitoral devido á violência e intimidação sobre os seus apoiantes, disse que o governo forçou a população a ir às urnas.
Ele também apelou à comunidade internacional para que não reconheça o resultado.
Apenas o presidente Robert Mugabe participou e as informações dão conta de altos níveis de abstenção.
A União Europeia considerou o acto eleitoral "uma farsa" e tanto os Estados Unidos como a Alemanha dizem que as Nações Unidas estão a considerar impor sanções.
Martinho Chachiua, o conselheiro técnico da missão de observação do Parlamento Panafricano, disse à BBC para África que “nos bairros de Harare a afluência foi baixa”.
“A maior parte das pessoas não estavam disponíveis para falar e como observador evitei abordá-las”, declarou.
SADC cautelosa
Por seu turno a Comunidade para o Desenvolvimento da Africa Austral SADC, demonstra prudência na abordagem à questão do Zimbabué.
Em declarações à BBC, o secretário executivo da SADC, Tomás Salomão, diz que é preciso tempo para revelar uma posição oficial sobre as eleições.
“Eu prefiro que esperemos pelo desenrolar dos acontecimentos e a partir daí cada um dos estados membros da organização com a cabeça fria vai posicionar-se e depois a organização tomará uma posição oficial.
“Temos uma equipa de 400 observadores no terreno que vão elaborar um relatório e só depois desse documento estar na nossa posse é que a SADC pode comentar oficialmente o acto eleitoral zimbabueano”, concluiu Tomás Salomão em declarações à BBC para África.
Os ministros dos negócios estrangeiros dos oitos países mais industrializados do mundo G8 reunidos no Japão, dizem que não aceitam a legitimidade de um governo que segundo eles "não reflecte a legitimidade da vontade do povo zimbabueano”.
A secretária de estado norte-americana Condoleezza Rice refere que vai consultar outros membros do Conselho de Segurança da ONU para decidir quais as próximas atitudes a tomar.
BBC - 27.06.2008