A situação de crise política em que, uma vez mais, se mergulhou S.Tomé e Príncipe, fora mais que prevista e analisada. Todos nós sabemos que o sistema político que vigora no país permite e permitirá, muitas vezes mais, sucessivas crises das instituições políticas.
É escusado colocar-se as culpas nos partidos políticos, porque já se viu que, nem se quer, têm uma ideologia partidária própria. Qual é o partido, que se pode chamar, partido de esquerda?! Qual é o partido que se pode chamar, partido de direita?! Quais os partidos que se aproximam do centro?! Não têm princípios que se conheça…É por isso que não se estranha, que façam coligação com quem lhes parecer melhor, na melhor altura e se desvinculam com a mesma facilidade, com que se vincularam.
É escusado atribuir-se as culpas a ambição dos políticos, que estão preocupados com quezilas pessoais. Porque já se viu que, os políticos são-tomenses, na sua maioria, são tresloucados corruptos. E assim continuará a ser, durante muito tempo, pois não é fácil dizer, aquém pouco ou nada teve, para pensar nos outros, nem pedir ao que tem para não pensar, tanto em si.
É escusado lançar culpas ao humilde cidadão, ao povo, que sem grandes alternativa, sempre terá que votar em alguém, num meio tão pequeno, os políticos são sempre os mesmos, e assim, são eleitos dos males, o menor dos males (menor como quem diz). E pelo menos por isso, que se seja compensado com um “banho”.
Muitos, cidadãos, já perderam a esperança. Os que estão fora, no estrangeiro, pensam que é melhor não voltar ao país, e se perguntam: Será que o meu país tem solução?! Os cidadãos que estão no país metem, a mão a cabeça. Só querem sair desse inferno, mas antes, se perguntam: Terá o meu país solução?! Esperança Moribunda…
Diria que sim, S.Tomé e Príncipe, em geral, a África, tem solução. Temos recursos suficientes para tal. Mas quem nos dirige não está, ainda, preparados para nos conduzir ao bom porto. Tal qual, a quando da independência nacional, não estavam. Se engana aquele que julga que o país pode avançar sem a política, sem uma estabilidade política. Num país como S.T.P, tudo passa pela política (por uma estabilidade política). Podemos esperar que os nossos políticos amadureçam com o tempo, e que, o povo aprenda com os seus próprios erros na escolha de falsos líderes, larápios dos que os elege. Porque tudo evolui, nada é estático, e no geral, essa evolução deve ser para melhor. Pode acontecer a passos de tartaruga, mas acontece. Certamente que os nossos netos e bisnetos, viverão num mundo, num continente e num país, muito melhor do que aquele em que vivemos.
Percebe-se que muitos estão interessados no agora e já! Em minha convicção, só uma revolução ou reforma pode, fazer com que isso aconteça. Uma revolução onde um líder carismático (como Nelson Mandela e Amílcar Cabral), que consiga galvanizar a todos numa causa comum, fazendo com que, todos possamos participar, de boa vontade, na mudança rumo ao desenvolvimento da nossa nação. Porque não nos enganemos! É preciso que o povo saiba que, não basta só votar. Que não basta nos indignarmos com estado das coisas… Teremos todos, sem excepção, de fazer um esforço, conjunto, cada um na sua área de actuação (trabalhar mais horas, pagar mais impostos e etc.). Será que estamos preparados para isso?! Se não estivermos preparados para uma revolução uma remodelação do sistema, teremos que esperar que o sistema se vá corrigindo ao longo de muitos e muitos anos. Mas não seremos nós que usufruiremos dos seus benefícios.
Para já, é preciso que o Fradique de Menezes tome, alguma decisão para a resolução da crise. A sua posição não é fácil. Quem governa, vive com uma espada sobre a cabeça, por isso é que só grandes homens têm, esses privilégios. Se optar por eleições antecipadas, situação que poderá afundar economicamente o país e colocar em risco as, supostas, ajudas internacionais, dados pelos diversos acordos assinados, mas que se encontram, de momento, interrompidos. Pode, também, optar por constituir um governo de iniciativa presidencial, não seria a primeira vez que isso acontece. Contudo, havendo ainda uma coligação maioritária, nada mais natural, segunda a constituição, deixa-los formar governo e faze-los governar.
É preciso que o Presidente Fradique de Menezes tenha, a consciência que pode acabar o seu mandato, deixando o povo são-tomense no desespero e totalmente incrédulo na nação, fazendo-o ser recordado como, o pior Presidente que, S.Tomé e Príncipe poderia ter tido.
Só apelo para que, não deixem morrer a esperança do nosso povo, ao menos que a deixem continuar, como há muito tem estado:
- Uma esperança moribunda…
Sobre o autor: http://Humbah.hi5.com
Humbah Aguiar/ Est. Direito
Lisboa 28/05/2008