CERCA de 10 mil imóveis, correspondentes a 14 por cento do total de imóveis que estavam sob gestão da APIE (Parque Imobiliário do Estado) foram ainda alienados, no quadro da implementação da Lei n.º 5/91 de 9 de Janeiro que institui a venda dos prédios até então propriedade do Estado a inquilinos nacionais. Até ao momento, segundo revelou ontem o director-geral daquela instituição, Geraldo Cossa, foram alienados cerca de 60 mil imóveis em todo o país, o que significa 86 por cento do parque imobiliário nacionalizado.
Maputo, Quinta-Feira, 24 de Julho de 2008:: Notícias
Entretanto, segundo Geraldo Cossa, que ontem falava em conferência de Imprensa por ocasião do Dia das Nacionalizações que hoje se assinala, espera-se que até finais do próximo ano, esteja alienado o remanescente dos imóveis ainda sob gestão da APIE. Concluído o processo, a APIE será extinta, o que se espera que venha a acontecer em 2010.
Neste momento as províncias do Maputo, Inhambane, Manica, Tete, Niassa e Cabo Delgado são as que registam menor número de imóveis por alienar, e assume-se que estas serão as primeiras parcelas do país onde a APIE será extinta. Preparando-se para o processo de extinção, a APIE iniciou nos últimos tempos o processo de reafectação dos seus funcionários noutras instituições do Estado. Do total de 900 funcionários que a APIE detinha em 2005, cerca de 500 foram colocados noutros órgãos do Estado.
Deduzindo os óbitos e as aposentações, segundo disse Geraldo Cossa, a APIE conta actualmente com um efectivo de 217 funcionários, dos quais 117 são administrativos e 100 ligados à área de cobrança. Actualmente as cobranças efectivas anuais atingem cerca de 50 milhões de meticais.
Enquanto a instituição não for extinta, segundo Geraldo Cossa, o compromisso é continuar a impulsionar o processo de alienação, sensibilizando-se e incutido-se aos inquilinos a ideia de que comprando a sua casa, seu escritório, seu armazém, constitui uma valorização da própria independência nacional.
Durante esse período a APIE vai continuar a desenvolver a ideia de apoio institucional, sob forma de moratória no pagamento de dívidas de rendas, ou mesmo cancelamento para os comerciantes rurais, cujas actividades foram interrompidas por várias calamidades ocorridas no passado, como forma de revitalizar a rede comercial, permitindo uma maior aproximação dos produtos junto da população vivendo nas zonas recônditas, mas também para dinamizar o próprio processo de alienação, visto que os respectivos imóveis ainda são do Estado.
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