A LÍBIA parou todas as entregas de petróleo à Suíça e barrou os seus portos aos navios suíços em protesto pela detenção do filho de Mouammar Kadhafi em Genebra, anunciou a companhia nacional de transporte marítimo.
Maputo, Quarta-Feira, 28 de Maio de 2008:: Notícias
Hannibal Kadhafi, o quarto filho de Mouammar Kadhafi, e a mulher, foram detidos a 15 de Julho em Genebra, na sequência de uma queixa de dois empregados domésticos que os acusam de espancamentos. O casal foi libertado dois dias mais tarde depois de ter pago uma caução de meio milhão de francos suíços (312.500 euros).
As companhias nacionais de transporte marítimo e dos portos líbios “decidiram a paragem dos petroleiros líbios, carregados de produtos petrolíferos para a Suíça, a recusa de descarregar todos os navios suíços e a proibição de entrada destes navios nos portos líbios, segundo um comunicado. A decisão foi tomada quarta-feira, disse um responsável da Companhia marítima líbia.
A Líbia fornece mais de 50 porcento do crude que a Suíça importa, que totalizou 2.5 milhões de toneladas em 2007, de acordo com os últimos dados governamentais suíços.
Todavia, a Associação do Petróleo Suíço disse que o país pode fazer frente a qualquer corte no abastecimento e arranjar comprador em qualquer outra parte.
As companhias líbias ameaçaram a Suíça com “novas medidas” se “não arquivar nas próximas horas o dossier do caso” contra Hannibal Kadhafi, que afirma ter sido maltratado pela Polícia durante a sua detenção. As duas sociedades exigem desculpas.
O comunicado foi publicado à margem de uma manifestação organizada, quinta-feira, pelas duas companhias em frente da embaixada suíça em Tripoli, a segunda do género depois da ocorrida no dia anterior por iniciativa dos Comités Revolucionários, espinha dorsal do regime do líder líbio. A manifestação, que reuniu centenas de funcionários das duas companhias, dirigiu-se depois para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde uma delegação diplomática helvética tinha estado reunida com responsáveis líbios para tentar acalmar a tensão.
Segundo os organizadores, os manifestantes queriam “fazer-se ouvir” pela delegação suíça. Hannibal Kadhafi, 32 anos, é oficialmente “conselheiro” da companhia líbia que detém o quase monopólio de transporte dos produtos energéticos no país, com uma frota de dez navios. A retirada dos activos financeiros líbios dos bancos suíços, o corte das relações diplomáticas e a saída das sociedades helvéticas foram também encaradas, segundo Tripoli. Todavia, a Suíça espera que a tensão gerada com a Líbia seja rapidamente desbloqueada.
As ligações aéreas entre os dois países foram reduzidas, as empresas suíças na Líbia receberam ordem de encerramento e as autoridades líbias suspenderam a concessão de vistos aos cidadãos suíços. Assim, os escritórios dos grupos helvéticos Nestlé e helvetico-sueco foram fechados e os seus responsáveis interrogados pela Polícia líbia, segundo os dois grupos.