POUCO mais de cinco milhões de hectares com direitos de uso e aproveitamento de terra serão fiscalizadas este ano, para aferir o nível do seu aproveitamento para a produção de alimentos. Esta decisão tem em vista garantir que, de facto, as terras consideradas ociosas sejam devidamente aproveitadas, atendendo ao seu potencial agrícola.
Maputo, Segunda-Feira, 1 de Setembro de 2008:: Notícias
Os cinco milhões e oitocentos e vinte e dois mil hectares que estão a ser objecto desta fiscalização são terras consideradas prioritárias, de um total de pouco mais de 12.3 milhões que possuem direitos de uso e aproveitamento de terra.
Segundo o Ministro da Agricultura, Soares Nhaca, esta decisão tem em vista uma melhor utilização da terra, podendo resultar em multas para os que não estão a cumprir os planos de exploração, para o caso dos moçambicanos, e dos projectos de investimento, no caso de estrangeiros.
De acordo com a nossa fonte, está-se a pôr em marcha um plano nacional visando intensificar a fiscalização e cobrança de DUAT’s, porque, por um lado, tem-se notado que os cidadãos pedem terra e nem sempre a usam de acordo com o regulamentado e nem todas as terras adjudicadas estão a pagar os direitos devidos. Nos casos em que se comprovar falta de cumprimento, quer do plano de exploração, quer do pagamento dos DUAT’s, para além das multas podem sofrer um redimensionamento das terras concedidas.
“Temos situações de cidadãos que, a título de exemplo, solicitaram dez mil hectares e apresentaram o respectivo plano de exploração. Acontecem casos em que, passados dez anos, ainda não conseguiram explorar mais do que cem hectares. São estas situações que vamos procurar verificar, porque o plano de exploração indica até quando toda a área deve ser explorada. Caso contrário, estaremos a colocar a terra em situação ociosa, enquanto pretendemos uma maior produtividade da mesma”, disse a nossa fonte.
O Ministro da Agricultura afirmou que ainda não foram marcadas datas para o início da campanha, uma vez que se pretende, primeiro, formar os fiscais que vão levar a cabo esta actividade. Garantiu, entretanto, que a campanha arranca ainda este ano, atendendo aos objectivos do Governo no que se refere à produção de alimentos, que passam por um maior aproveitamento das terras consideradas com grande potencial e que estão ociosas.
“Vai ser este ano. Nesta campanha agrícola vai haver fiscalização. Ainda não há datas, mas a campanha agrícola vai arrancar a 16 de Outubro. Antes desta data vai haver formação dos fiscais no sentido de que a actuação seja uniforme. Um fiscal que está em Cabo Delgado deve realizar a sua actividade da mesma maneira que aquele baseado em Maputo”, disse Soares Nhaca.
De recordar que o nosso país possui pouco mais de 36 milhões de hectares de terra arável, 40.1 milhões cobertas por florestas, da qual 26.9 milhões é a considerada produtiva.
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