A implementação da iniciativa “Vila do Milénio” no município da Ilha de Moçambique, província de Nampula, vai melhorar os actuais níveis de cobertura de abastecimento de água, uma questão considerada problemática neste momento e aumentar o acesso à educação, com a construção de novas escolas.
Maputo, Sábado, 30 de Agosto de 2008:: Notícias
O estabelecimento de um programa visando o combate ao HIV/SIDA, cuja incidência é considerada alta, sobretudo para os jovens, é outro ganho para aquela zona.
Com efeito, os líderes das comunidades beneficiárias da iniciativa, nomeadamente Sanculo, Lumbo e da parte insular da Ilha de Moçambique, defendem a necessidade da sua criação dado o êxodo rural que se assiste actualmente. O abrandamento do êxodo passa pela adopção de medidas visando a melhoria de abastecimento de água, cujos níveis são muito baixos.
Esta situação foi reportada no seminário de aprovação do Plano Económico e Social do projecto “Vila do Milénio” realizado recentemente na Ilha de Moçambique, onde apurámos que cerca de 80 por cento dos 48.839 habitantes consomem água imprópria retirada de poços a céu aberto e de riachos.
Soubemos ainda que a escassez de água potável faz com que as pessoas gastem o tempo que deveriam dedicar à actividade agrícola à busca da água. Estudos efectuados aconselham a construção de reservatórios subterrâneos e tanques elevados de água e substituição das condutas adutoras para o transporte do recurso aos consumidores, na parte insular da cidade da Ilha de Moçambique e parte continental do Lumbo e Sanculo.
Em relação à rede escolar, o consenso é de que deve ser expandida para permitir que mais crianças em idade escolar possam estudar. Actualmente, devido à falta de escolas, as crianças aprendem somente o islão e depois dos 14 anos contraem casamentos religiosos, o que eleva a taxa de analfabetismo e de casamentos prematuros.
O HIV/SIDA é outro problema na Ilha de Moçambique, onde as estatísticas da Saúde apontam para a duplicação da taxa de incidência da doença todos os anos. Neste momento, estima-se que seis em cada dez ilhéus estejam afectados pelo HIV/SIDA. Os participantes do evento acordaram sobre a adopção de um plano de combate e prevenção do HIV/SIDA, atendendo às especificidades culturais das comunidades.