Maputo, Sexta-Feira, 15 de Agosto de 2008:: Notícias
UM jardim botânico com centenas de plantas ornamentais, alimentares e medicinais vai ser inaugurado amanhã, no bairro de Zintava, no distrito de Marracuene, província do Maputo. O jardim botânico é da propriedade do cidadão Luís Muthisse, numa iniciativa que conta com uma instituição de Ensino Superior denominada Universidade Terra Verde (UTV).
Com efeito, no dia da abertura estarão presentes vários convidados, entre moçambicanos e estrangeiros, para além de especialistas ligados à botânica e a agronomia, bem como contará com a presença de cerca de 300 crianças das escolas que serão explicados os diversos mecanismos do seu funcionamento, a importância das plantas lá presentes, assim como os cuidados a ter com este tipo de jardins.
O espaço conta com uma biblioteca, um herbário e ainda laboratórios de pesquisa, que vai permitir que pessoas interessadas façam estudos e outras pesquisas, mas também tenham um contacto permanente com os materiais e plantas lá existentes.
No local far-se-á igualmente pesquisas técnicas de multiplicação e adaptação de todas as plantas ali existentes, para além de enxertos e experimentações em diversos ambientes e habitat.
Para além de plantas nativas medicinais, existem fruteiras nativas e possui um espaço de enxertia e um viveiro para a produção de plantas.
Na área das plantas nativas medicinais encontra-se uma grande variedade de cactos. Aliás, os cactos sempre tiveram uma grande aplicabilidade medicinal desde os tempos primitivos, sendo igualmente usados em cerimónias religiosas e no fabrico e protecção de alimentos e de bebidas. Por exemplo, neste tipo de plantas encontra-se a aloe-vera que é considerada o mais suculento de todos os cactos e o seu gel está a ser usado em pesquisas visando o tratamento do cancro e do Sida.
No jardim botânico LGM encontram-se também as raphias australlis, que são palmeiras raras e em vias de extinção. Estas são espécies protegidas e elas encontram-se na zona de Bobole, no distrito de Marracuene.
O jardim botânico LGM é uma sociedade científica que apresenta colecções de plantas vivas ordenadas, documentadas e identificadas. O mesmo está aberto ao público, tendo como finalidade a educação, formação, incentivar a conservação de espécies raras e ou em vias de extinção.
De acordo com o seu proprietário, o mesmo poderá ser usado por instituições e ou público interessado para a realização de trabalhos científicos, bem como para visitas guiadas.
Com esta iniciativa, Luís Muthisse pretende ainda contribuir para a massificação da ideia dos jardins, sendo que numa fase posterior vai trabalhar no sentido de levar esta ideia às escolas, de modo a que possam levar os alunos para aquele jardim, de modo a aprenderem, desde cedo, a saberem amar, cuidar e conservar as plantas.
Por outro lado, espera contribuir para o desenvolvimento das populações locais, através da disponibilização de postos de trabalho e no melhoramento do meio ambiente, expandindo o verde, incentivando ao replantio das árvores cortadas e dando a conhecer a sua importância no combate à erosão, que começa a afecta, sobremaneira, a zona de Marracuene.