História de Angola e São Tomé analisada numa nova perspectiva
ADRIANO DE MELO
No âmbito do projecto de alargamento da cooperação cultural entre Angola e São Tomé e Príncipe, o Ministério da Cultura nacional assinou dois despachos conjuntos para a realização de um colóquio sobre a
história dos dois países e criação de um grupo de trabalho que procurará reunir dados, a partir de uma perspectiva mais abrangente, sobre os aspectos comuns dos dois povos, particularmente dos angolanos.
Dado o reconhecimento e a importância entre as instituições vocacionadas acerca do estudo da história dos dois países, os despachos foram assinados também, além do ministro da Cultura, Boaventura Cardoso, pelo da Educação, António Burity da Silva, e pelo secretário de Estado para o Ensino Superior, Adão do Nascimento.
Concebido para dar outra dinâmica ao estudo da História Geral de Angola, assim como reunir contribuições sobre a de São Tomé e Príncipe, os despachos permitirão a criação de dois grupos de trabalho, que serão compostos por historiadores, investigadores e antropólogos de ambos países.
O culminar de todo estes esforços conjunto serão a realização do "Colóquio sobre História de Angola e da República Democrática de São Tomé e Príncipe" e criação do grupo de trabalho encarregado de conduzir os preparativos para futura Comissão de Redacção da História Geral de Angola.
Em relação ao colóquio, o despacho orienta que o evento seja orientado por um grupo composto pela directora do Arquivo Histórico Nacional, Rosa Cruz e Silva (coordenadora), o professor e mestre em História,
Fernando Gambôa, o antropólogo José Lumanisáquio, o linguista Vatomene Kukanda, os historiadores Simão Souindoula, Maria Aparício, Honoré Mbunga e Boubakar Keita, o sociólogo Victor Kajibanga, o sócio-linguista Vitorino Reis e a professora de Relações Internacionais Adélia de Carvalho.
Este grupo terá como principal objectivo analisar a documentação existente e propor a estrutura e modelo, junto com as instituições homólogas das linhas mestras do colóquio, apresentar propostas de áreas passíveis de maior intercâmbio científico e propor às entidades promotoras o programa de trabalho visando os encontros preparatórios.
A coordenação do referido grupo, a cargo de Rosa Cruz e Silva, terá o trabalho de levar regularmente ao conhecimento do ministro da Cultura e do secretário de Estado para o Ensino Superior as propostas e os
relatórios dos encontros.
Quanto ao segundo grupo, que deverá preparar as condições para investigação e o início do processo de redacção da História Geral de Angola, terá a incumbência de apresentar propostas de intercâmbio
científico passível de beneficiar os estudos, assim como um relatório com as linhas gerais e específicas para a materialização de tal propósito.
Considerado por muitos especialistas como um verdadeiro desafio e a oportunidade singular de rescrever a história de Angola consoante a visão dos seus naturais e não dos colonizadores, como até agora tem
vindo a ser estudada, esta tarefa será acompanhada por um grupo de historiadores, antropólogos e sociólogos, sobre a supervisão da directora do Arquivo Histórico Nacional, Rosa Cruz e Silva.
Jornal de Angola - 20/08/2008
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