A Ordem dos Médicos de Moçambique afirmou quinta-feira que não `certificará´ como médicos os graduados da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a principal do país.
O Conselho Universitário da UEM aprovou recentemente o novo currículo da Faculdade de Medicina e a sua entrada em vigor está prevista para o próximo ano lectivo, que começa em Fevereiro de 2009.
A principal inovação será a redução de seis para três anos a duração da formação em Medicina na principal instituição de ensino superior em Moçambique e a substituição do grau de licenciatura pelo bacharelato.
Essa mudança tem sido fortemente contestada pelos estudantes, professores e classe médica do país, que consideram não haver condições na instituição e no país, para acomodar um currículo com tal formato a Medicina.
Falando hoje em Maputo, o bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, Aurélio Zilhão, ex-ministro da Saúde moçambicano entre 1994 e 1999, disse que os estudantes que saírem do currículo que a Faculdade de Medicina pretende introduzir no próximo ano lectivo não serão reconhecidos como médicos.
`A Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane ignorou a Ordem dos Médicos de Moçambique e aprovou o novo currículo, apesar de a lei impor que a ordem deve ser ouvida nos casos do género´, sublinhou Zilhão.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, `tentar ouvir a agremiação a esta altura será inútil, pois na prática o novo programa do curso de Medicina na UEM está já em vigor, concretamente, ao nível do segundo ano´.
Confrontado com esta ameaça, o director da Faculdade de Medicina das UEM, Rafique Mamudo, afirmou que `a Faculdade de Medicina não se irá reduzir às `ameaças da Ordem´, até porque o processo de revisão curricular continua e até lá todos os interessados serão ouvidos´.
`A revisão curricular é um processo ainda não terminado, e todos os interessados serão ouvidos, por forma a que todos contribuam para a melhoria do novo currículo´, sublinhou Mamudo.
LUSA - 29.08.2008