A população de Marínguè acusa os homens armados da Renamo de continuarem a praticar desmandos contra civis, incluindo violação de mulheres.
Milhares de residentes do distrito de Marínguè, província de Sofala, expressaram perante o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, a sua repulsa pela contínua presença na região "de um numeroso e agressivo batalhão da Renamo", tendo lhe pedido encarecidamente que persuadisse o líder desta formação política, Afonso Dhlakama, a tirar, sem mais delongas, estes seus homens armados, noticia nesta segunda-feira o jornal Notícias, de Maputo, que cita a AIM.
Vários residentes deste distrito pediram a Guebuza que, caso seja necessário, volte a negociar com Dhlakama para remover o que chamam de seus homens armados.
A população de Marínguè acusa os homens armados da Renamo de continuarem a praticar desmandos contra civis, incluindo violação de mulheres. Praticamente todos os que falaram perante Guebuza vincaram que esses homens armados que Dhlakama continua a manter nesta região não têm deixado em paz a população.
“Aqui em Marínguè ainda não vivemos numa paz total como acontece no resto do país desde que se assinou o Acordo Geral de Paz (AGP)”, disse Ezequiel Fainda, um dos residentes e que falou durante o comício orientado por Guebuza.
Segundo a AIM, "o modo sério e convicto com que falaram contra estes homens armados surpreendeu muitos dos que acorreram ao comício, porque a ideia que prevalecia era de que a maioria dos habitantes de Marínguè era pró-Renamo e, portanto, a favor da presença deste mesmo batalhão".
Esta foi a primeira visita de Guebuza a este distrito tido como bastião da Renamo. "Tanto os que falaram no comício, como os que prestaram os seus depoimentos à AIM, arrolaram cenas horríveis que têm sido protagonizadas pelos homens armados que a Renamo teima em manter nas florestas deste distrito de cerca de 100 mil habitantes. Todos disseram que os homens armados saem de tempos a tempos da base em que vivem, na mata, forçando as pessoas que encontram a dar-lhes mantimentos e que, em caso de recusa, espancam-nas, para além de forçarem as senhoras e, acima de tudo, as meninas a manterem com eles relações sexuais", segundo a imprensa moçambicana.
De acordo com testemunhos da população de Marínguè, referidos pela AIM, "os homens armados não deixam que a população se desloque à mata para desenvolver a actividade agrícola". “Eles ocuparam as zonas férteis onde devíamos desenvolver a agricultura. Não nos deixam desbravar a mata, mas eles fazem as suas vontades até nas nossas casas”, queixaram-se alguns residentes locais.
Guebuza disse, na ocasião, que o segredo para qualquer vitória, mesmo na luta contra a pobreza, é a unidade nacional. Ele reiterou que a população moçambicana já alcançou importantes vitórias graças à unidade, como foi o caso da histórica luta contra a dominação colonial estrangeira.
NOTA:
Esta é uma notícia da AIM. Será que da parte do Governo, tudo o que Armando Guebuza assinou em Roma foi cumprido? Ou acabará por cumprir como Presidente da República? Será que, na realidade, eram milhares os que "expressaram perante o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, a sua repulsa pela contínua presença na região "de um numeroso e agressivo batalhão da Renamo"?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE