PELO menos 12 pessoas morreram e outras quatro contraíram ferimentos vítimas de ataques de crocodilos ao longo do rio Zambeze durante o último semestre, em Sofala. Trata-se de uma situação resultante na disputa de água que, neste tempo de Verão se tende a multiplicar no país em geral.
Maputo, Quarta-Feira, 1 de Outubro de 2008:: Notícias
De acordo com o director nacional de Terras e Florestas, Raimundo Cossa, não se deve permitir a continuação deste triste cenário, em que vidas humanas continuam a ser ceifadas por animais neste tipo de conflito, havendo necessidade para a mudança de comportamento do Homem, sendo que a primeira medida a ser tomada é de não viver nas rotas dos animais, sobretudo ao longo das bacias hidrográficas.
“Nossa estratégia é que tem que acabar esta situação, encontrando-se alternativas viáveis. Isto acontece também para o caso de elefantes. Mas o Homem é suficientemente inteligente, cujo reassentamento deve considerar o reordenamento do espaço físico. Continuamos a enfrentar problemas muito sérios de conflito Homem/animal”.
Dados disponíveis apontam que quando se trata de animais problemáticos se recorre ao seu abate. Anualmente Moçambique conta neste caso vertente com a quota de 80 elefantes e a população de crocodilos passou de 900 para o dobro. No entanto, o abate da espécie visada passa necessariamente pela necessidade do censo faunístico para se determinar o equilíbrio biológico em curso no país, que deverá terminar em Dezembro próximo.
Para já, decorre satisfatoriamente a recolha de mais de 150 mil ovos de crocodilos ao longo dos principais rios moçambicanos. Por outro lado, as empresas especializadas neste ramo estão envolvidas na captura de animais adultos, sobretudo ao longo do Zambeze.
Itália e Japão são principais rotas do mercado nacional na venda de peles de crocodilos para a produção de sapatos, pastas, cintos, entre outros objectos. As respectivas comunidades, quando bancariamente organizadas, recebem 20 por cento de taxa na exploração destes recursos.