NO distrito de Lalaua, na província de Nampula, quantidades consideráveis de produtos alimentares da última safra agrícola correm o risco de apodrecer ou ficar à mercê dos elefantes que de forma sistemática invadem os celeiros.
Maputo, Quinta-Feira, 25 de Setembro de 2008:: Notícias
A situação deve-se ao estado precário de conservação em que se encontram as principais vias de acesso, que dificultam o escoamento da produção para os potenciais mercados por parte dos agentes intervenientes no processo de comercialização.
As dificuldades de acesso são mais visíveis na ligação entre a sede distrital e o posto Administrativo de Meti, considerado celeiro da região. O estado em que se apresenta a estrada com cerca de 75 quilómetros está em risco de se tornar intransitável, situação influenciada pela falta de intervenção devido à falta de fundos para a manutenção quando a época chuvosa está prestes a iniciar.
Lalaua é um produtor por excelência, sobretudo, de culturas alimentares como milho, gergelim, feijões, amendoim e mandioca, incluindo tabaco e algodão que constituem a base de arrecadação de receitas por parte dos produtores do sector familiar.
O seu empenho na agricultura tem sido bastante destacado por parte das autoridades governamentais locais que ilustram o incremento das áreas agricultáveis como também da subida das colheitas na última safra em cerca de 14 mil toneladas em relação a meta fixada em 88 mil toneladas de somente nas culturas alimentares, situação que teria contribuído sobremaneira para a elevação das receitas por parte dos produtores caso a produção destinada à comercialização tivesse sido vendida.
Mercedes Coutinho, Chefe do Posto Administrativo de Meti, referiu que, apesar da redução do conflito homem/animal caracterizado pela invasão de celeiros por elefantes evadidos da reserva de Nipepe na vizinha província do Niassa, há ainda muita preocupação por parte das autoridades administrativas locais visando garantir tranquilidade e segurança às populações contra a acção dos paquidermes.
Sublinhou que aqueles animais mostram alguma resistência em abandonar a região apesar do uso de técnicas visando o seu afugentamento que consistem na queima de piripiri misturado com o seu excremento, uso de instrumentos ruidosos sobretudo latas e batuques entre outros.
O dirigente acrescenta que a aparição de uma viatura em Meti constitui motivo para muita satisfação e agitação na região, “porque se julga ter chegado a oportunidade para escoar parte da sua produção para a vila de Lalaua onde a comercialização acontece com normalidade e a frustração toma conta deles quando o transportador não consegue satisfazer os inúmeros pedidos nesse sentido”.
Araújo Momade, Administrador de Lalaua, reconhece a gravidade da situação e revelou que uma verba disponibilizada pelo Governo provincial será aplicada na realização de trabalhos de carácter de manutenção de rotina que arrancam brevemente para prevenir o corte definitivo de circulação de veículos motorizados.