OS líderes tradicionais no distrito de Lalaua, na província de Nampula, exigem a revisão ou aumento dos subsídios que lhes são pagos trimestralmente pelo Governo, actualmente fixados entre 750 e 450 meticais, para os primeiro e segundo escalões que alegadamente já não compensam o seu desempenho na execução das tarefas que lhes são atribuídas, tendo em conta o elevado custo de vida no país.
Maputo, Sábado, 27 de Setembro de 2008:: Notícias
Esses líderes, sobretudo os do segundo escalão, reclamam também a falta de fardamento e as insígnias a que alegam ter direito e que o seu envio demora a concretizar-se situação que segundo disseram promove uma divisão entre eles quando executam o mesmo trabalho em prol do desenvolvimento local.
Paulino Nipepe, líder tradicional do segundo escalão no posto administrativo de Meti, referiu que o valor de 450 meticais que recebe o final de três meses, pode manter-se, mas passando entretanto, a ser pago mensalmente, isto como forma de ajustar à realidade do momento em que o custo dos produtos, sobretudo manufacturados, dispara constantemente reduzindo o seu poder de compra.
“Queremos mais motivação e a subida do valor do subsídio que recebemos pode ser uma solução alternativa”, reiterou o entrevistado.
Por seu turno, o régulo Namicopo, igualmente de Meti, considera que a questão dos subsídios a que têm direito deve ser vista como um assunto sério, “porque nós deslocamo-nos ao nível do regulado e para fora dele em missões que têm como finalidade aprofundar alguns mecanismos de resolução de conflitos das mais variadas origens, além de troca de experiências e custeamos essas viagens com o nosso dinheiro. Isso não estimula, porque acabamos saindo prejudicados na execução desse trabalho e temos que encontrar um meio termo para equilibrar o custo e benefício”, disse.
Em relação aos fardamentos e insígnias que tardam a chegar em benefício dos líderes da autoridade tradicional do segundo escalão, é de opinião que deve ser vista rapidamente.
Araújo Momade, administrador de Lalaua desdramatiza a polémica que gira em torno dos subsídios pagos e da falta de fardamento para os líderes da autoridade tradicional, explicando que “uma parte significativa dos régulos e cabos trabalhou na era colonial e nunca beneficiou de qualquer subsídio que entretanto está sendo pago hoje pelo Governo que paga trimestralmente para começar, porque um dia poderá passar a ser bimensal ou mensal, dependendo das receitas que colectar”.
No tocante ao fardamento para os líderes do segundo escalão, aquele dirigente referiu que esforços estão sendo envidados por quem de direito no sentido de ultrapassar a questão, uma vez que já foi identificada uma empresa para confeccionar as calças e os casacos adicionalmente para o fornecimento de calçado, tendo inclusivamente sido recolhidas as medidas para prevenir transtornos possíveis.
Não é a primeira vez que se levantada a questão dos subsídios e falta de fardamento pelos líderes da autoridade tradicional em Lalaua, sendo que, em ocasiões anteriores, o Governo teve que promover encontros envolvendo aquela camada para prestar as devidas explicações que aparentemente foram compreendidas e que voltam actualmente a carga.