Ilha de Moçambique
No Município da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, está instalada crise interna devido as relações azedas que se registam nos últimos tempos, envolvendo as duas principais figuras daquela autarquia nomeadamente, Gulamo Mamudo, e Abdul Naimo Abdul Satar, presidente da edilidade e vereador para área das Finanças respectivamente.
A situação em causa deve-se ao facto do vereador Abdul Naimo Satar, ter submetido a sua candidatura a presidente da Ilha de Moçambique, no processo de eleições internas daquela formação política, que tiveram lugar recentemente, tendo no entanto sido ganhas por Gulamo Mamudo que concorria para a sua recandidatura.
Entretanto, Gulamo Mamudo não se sentiu satisfeito com a postura do seu subordinado o que apelidou de traição, o que teria originado o despoletar da “guerra fria” em curso.
Abdul Naimo, vereador pelo pelouro de Administração e Finanças, abordado pelo nosso jornal confirmou o facto tendo reconhecido que nos últimos tempos no município da Ilha de Moçambique vive-se num clima menos comum o que está afectar o normal funcionamento da máquina executiva.
A fonte confirmou-nos ter se já cortado o dialogo com o seu superior hierárquico, para além de estar a sofrer dum total isolamento. Soubemos ainda que Gulamo Mamudo, desde a data da realização das referidas eleições internas, nunca dirigiu única palavra a Naimo, mesmo quando este lhe tente somente cumprimentar.
Ainda não fui informado sobre uma possível exoneração ao cargo que ocupo ou mesmo sobre a minha expulsão do partido. anotou Naimo, acrescentando que o dialogo que tem mantido com o seu “chefão”, verifica-se somente quando se trata de atribuição de tarefas ou pedido de esclarecimento de qualquer assunto relacionado com o trabalho interno.
Fontes seguras referem que, num autentico “ lambebotismo” a fim de manter o “pão” na edilidade, Abdul Naimo Satar, está a construir uma residência para o seu superior hierárquico na região continental, facto que foi desmentido pelo visado.
O complexo turístico em construção, é meu pessoal e localiza-se na zona de Jembeze. Não estou mais interessado em continuar a trabalhar para o próximo elenco, acredito que o edil já não inspira confiança em mim.
Acho que futuramente não me vou dedicar a vida política, sobretudo na Renamo. Disse agastado Naímo, esclarecendo que aguarda apenas pelo fim do mandato para se dedicar, exclusivamente, a sua vida privada.
Por seu turno, Gulamo Mamudo, presidente do Conselho Municipal da Ilha de Moçambique confrontado pelo nosso jornal referiu que Naimo tinha informações claras, há mais de dois anos que ele se iria recandidatar. É assim que o acusa de estar a desestabilizar o funcionamento das actividades daquela autarquia.
Está em processo de ser distanciado do Concelho Municipal, porque queremos trabalhar com pessoas de confiança, mesmo que eu renove o meu mandato, não contarei com ele. Afirmou Mamudo.
Indagado sobre uma eventual exoneração de Gulamo Mamudo, a fonte disse que o visado irá desempenhar as suas funções pelo menos até ao final do presente mandato em Novembro próximo.
Acrescentou que por se tratar de um caso de fórum local, este assunto não mereceu qualquer debate no recente Conselho Nacional da Renamo realizado na Zambézia.
A “guerra fria” como ficou apelidado este caso está a reflectir-se nos munícipes que, a titulo de exemplo viram as festividades do dia da cidade passar despercebido logo naquela que é cidade mais antiga deste país.
WAMPHULA FAX - 30.09.2008