Moçambique está sob um alerta
laranja devido a iminência de seca. O país poderá ainda vir a ser atingido em
simultâneo por cheias e secas nos próximos meses.
Dada a situação, o Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades activou mecanismos de monitoria e preparação.
A região mais afectada é o sul do
país, onde a escassez de chuva se deve manter até dezembro.
João Ribeiro, Director do Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades, diz que apesar de algumas medidas de mitigação,
as populações já começam a ressentir-se da situação.
Ele testemunhou a ocorrência numa
visita à região efectuada há algumas semanas.
"Em alguns povoados, as
populações têm de percorrer até 20 Km para obterem água e muitas vezes salobre".
João Ribeiro acrescenta que em
muitos locais, poços onde era possível obter água a uma profundidade até 20 metros já secaram.
Mau tempo
O 'alerta laranja' institucional
significa que todas as instituições do Governo – incluindo a Admnistração local
e a polícia – devem estar atentas.
O nosso entrevistado explicou que o
'Alerta Laranja' abrange todo o país. "Sabemos que têm havido bolsas de
seca em todo o país. Neste momento estamos a assistir 350 famílias."
Isto representa aproximadamente 1500
pessoas, um número que poderá entretanto subir e juntar-se assim aos cerca de
300 mil moçambicanos que se estima que necessitem actualmente de ajuda de
emergência.
A combinação de cheias e secas
ocorridas nos últimos anos em Moçambique pode voltar a afectar o país dentro em
breve, como indicam as previsões meterológicas.
"Esta seca é pior do que a do
ano passado mas em 2007 tivemos mais pessoas a receber assistência."
João Ribeiro refere que isto
demonstra que as acções do Governo, na descentralização de fundos, está a
permitir desenvolver infraestruturas, já há mais furos e isto começa a reduzir
a vulnerabilidade da população.
BBC – 28.10.2008