Na produção da castanha de caju
-Segundo Ministro da Agricultura,
Soares Nhaca
Moçambique está a trabalhar, dentro
das suas capacidades, por forma a conquistar o título de “campeão africano” na produção
da castanha de caju, superando, deste modo, a Nigéria e a Tanzânia, actuais
detentoras da hegemonia daquele produto alimentar e de rendimento.
De acordo com Soares Nhaca, para
liderar o processo de produção de castanha de caju, Moçambique ( que ocupa,
actualmente, o terceiro lugar ) deve elevar a sua capacidade de produção e de
tratamento dos cajueiros.
Segundo dados do Instituto de Fomento
do Caju ( INCAJU), no início da década 70, Moçambique foi considerado o maior
produtor mundial de castanha, com cerca de duzentas mil toneladas anuais
comercializadas e quase 40 por cento da quota do mercado mundial.
Com uma capacidade instalada de
setenta e cinco mil toneladas, o processamento era responsável pela exportação
de mais de 20 mil toneladas de amêndoa.
O INCAJU refere que a partir de 1975,
iniciou-se um ciclo de declínio da produção, tendo-se atingido o ponto mais
baixo nos anos 80, em que apenas se produziram dezoito mil toneladas,
aproximadamente..
O abandono de grandes extensões de
cajual, por parte dos produtores, associadas a grandes índices de pragas,
maneio deficiente, queimadas descontroladas, pouco interesse dos camponeses
pela cultura do cajueiro.Os fracos níveis de produtividade e baixos preços
aplicados
pelos comerciantes, são apontadas como
as principais causas que ditaram a baixa de produção da castanha de caju.
Para inverter este quadro, Nhaca apelou
aos produtores e aos técnicos do INCAJU a empenharem-se na multiplicação das
mudas, bem como na substituição dos cajueiros velhos.
O titular da Agricultura falava por ocasião
do lançamento da campanha de comercialização da castanha de caju, que, este
Sábado, juntou, no povoado de Namigonha, Posto Administrativo
de Anchilo, em Nampula, produtores,
técnicos da Agricultura e intervenientes do sector do Caju.
Ainda no seu discurso, apontou as
queimadas descontroladas e a aplicação dos preços injustos como questões que
não contribuem para o incremento da renda familiar e das fábricas de processamento
daquele produto.
Todavia, apesar dos bons resultados alcançados
nos últimos anos em Nampula os dados apresentados pelo INCAJU, referentes à
presente campanha, apontam para ligeira redução comparativamente à safra anterior.
O ciclone Jókwe que, em princípios do
ano, fustigou os distritos do sul da província, nomeadamente Mogincual, Angoche,
Mogovolas e Moma, por sinal os mais produtores da castanha de caju, contribuiu
para a redução dos níveis de produção e, consequentemente, de comercialização, por,
alegadamente, ter destruído milhares de cajueiros naquela região.
As previsões do INCAJU referem que,
este ano, serão comercializadas 43 mil toneladas, contra 45 mil toneladas do
ano passado. Na campanha 2007/ 2008 foram produzidas 513.672 mudas de cajueiros
nos viveiros de Nassuruma, Nametil, Liúpo, Chalaua e Mahile, nos distritos de
Meconta, Mogovolas, Mogincual, Moma e Angoche.
WAMPHULA FAX – 28.10.2008