“A formação de técnicos nacionais e a capacitação institucional das entidades moçambicanas ligadas ao sector petrolífero faz parte das obrigações das companhias. É neste contexto que está em curso um vasto programa de formação de técnicos nacionais em diferentes áreas relacionadas com o petróleo”, disse.
Além da Malásia, segundo Esperança Bias, moçambicanos têm sido formados em países com experiência na pesquisa, produção e comercialização de petróleo, como Angola, Brasil, Holanda e Noruega. Actualmente o ministério está a trabalhar com instituições de ensino, em particular com o Departamento de Geologia da UEM, para incluir disciplinas da área petrolífera nos cursos ministrados em Moçambique.
Falando especificamente de Cabo Delgado, a ministra disse estarem em desenvolvimento actividades de pesquisa, quer em terra quer no mar, que são testemunhadas pela presença de vários operadores e que se espera aumentem nos próximos tempos.
Para 2009 está prevista a abertura de três furos de pesquisa de petróleo, sendo um em terra e dois no mar, além dos que serão realizados no âmbito da pesquisa de metais básicos. Por isso, aquela dirigente recomendou que as autoridades provinciais e locais monitorem as actividades em curso e apoiem os diferentes operadores, assegurando que os procedimentos legais e burocráticos sejam cumpridos atempadamente.
“É nossa responsabilidade garantir que as actividades em curso possam permitir, no futuro, a geração de receitas para o nosso país, a fim de combater a pobreza e contribuir para o desenvolvimento harmonioso de Moçambique”, justificou.
Entretanto, Esperança Bias chamou a atenção para o facto de que parte das actividades realizadas são próximas das áreas protegidas, como é o caso do Parque Nacional das Quirimbas e áreas de pesca. Disse acreditar, porém, que com o actual desenvolvimento tecnológico não se possa pôr a questão de que a produção de petróleo afecte significativamente o exercício de outras actividades económicas, sendo importante que as operações petrolíferas sejam programadas e realizadas de forma a não prejudicar as áreas protegidas e o desenvolvimento de outras actividades.
“Devido à preocupação do Governo com a coexistência pacífica entre as diferentes actividades económicas, têm sido levadas a cabo reuniões de consulta pública envolvendo diferentes intervenientes, entre os quais se destacam os operadores petrolíferos, agentes económicos, a sociedade civil e as populações das áreas onde se realizam actividades de pesquisa, para apresentar e discutir os programas de trabalho e possíveis impactos ambientais que seja necessário evitar ou mitigar”, disse.
- PEDRO NACUO