NIASSA, NA POSITIVA!

ACREDITANDO VENCEM-SE AS ETAPAS!

A Província do Niassa com os seus quinze Distritos, Cuamba, Lago, Lichinga, Majune, Mandimba, Marrupa, Maúa, Mavago, Mecanhelas, Mecula, Metarica, Muembe, Ngaúma, Nipepe, e Sanga, é a maior Província de Moçambique, com maior quantidade de terra arável, doze milhões de hectares de terreno propício para a agricultura, é ainda o maior produtor virtual e real de milho e de arroz.

As suas acessibilidades, considerando as quatro modalidades de transporte em termos regulares e comerciais, aéreo, rodoviário, ferroviário e fluvial, pois temos o imenso Lago Niassa e o rio Rovuma a norte, não serão qualitativamente ainda, aquilo que uma Província com  as suas características anseia. Tem os produtos agrícolas para escoar com a natural sazonalidade e regularidade, não dá para esperar pelo dia de amanhã que tarda ou não aparece, os minerais que tais como o ferro, o urânio e o carvão exigem quantidades de produção e de escoamento adequados, o turismo pode chegar parte por via aérea a Lichinga, mas as condições naturais desta Província oferecem e “exigem” muito, muito mais. Diria, parafraseando, é preciso wassala – wassala.

Esta Província tem também o seu contributo na história de Moçambique, com a realização do II Congresso da FRELIMO em Matchedje de 20 a 25 de Julho de 1968, já lá vão quarenta anos, “província extensa e parcamente povoada…teve de ser dividida em três zonas geográficas: Niassa Oriental, Niassa Ocidental e Niassa Austral”.”…os guerrilheiros no Niassa tinham que combater três tipos de forças: a marinha, a aviação e a infantaria”. Onde também e a propósito do Niassa, outrora se dizia “Nestes lugares de ocupação fictícia, onde a velha África se mantém e resiste, sente-se toda a profundidade da Distância. Parece o limiar de outro mundo.” E a Serra de Mecula, desde tempos imemoriais “Por mim acho natural que uma pessoa simples, de bom gosto, sem tendências mórbidas nem vícios de espírito, prefira contemplar as belas coisas que se vêem do alto da Serra de Mecula, a ser espectador ou comparsa nas comédias dos seus semelhantes, em outros tablados sem coberturas de estrelas nem seduções de horizontes”. E a história de outrora continua “O Lago Niassa é muito belo, aqui, sobretudo, onde os grandes paredões da serra e a pequena península em que se situa o posto civil de Metangula, o desenham e recortam maravilhosamente. Esta ponta de Metangula, avançada sobre o lago, entre a doce baía que forma a planura imensa, com as suas vistas de serra e de mar, seria o lugar ideal para uma vila de turismo”.

Iniciativas como o Festival do Lago Niassa e a Feira Gastronómica de Lichinga, são de acarinhar e catapultar pelo imenso País Moçambique e além fronteiras.

Augusto Macedo Pinto, Advogado, Antigo Cônsul de Moçambique em Portugal, [email protected]. , publicado na Revista Prestígio, edição Novembro de 2008.