“Fuga” de Anibalzinho das celas do Comando da Policia
Na Polícia da República de Moçambique (PRM), em Maputo, há quem acredita que a alegada fuga de Aníbal dos Santos Júnior, vulgo Anibalzinho, no último domingo, das celas do Comando da Cidade, se trata de “acto premeditado de chantagem”, protagonizado aos níveis mais altos da corporação e dizem que tal resulta de “ajuste de contas entre as lideranças”. “Visa desacreditar quem se acha que sabe mais trabalhar”.
Apelam, por isso, para que em vez da detenção apenas dos agentes que estavam de serviço no dia em que ocorreu a suposta fuga, o Ministério Público deveria abrir um inquérito contra a actual Direcção do Comando da Cidade, bem como contra o ministro do Interior, José Pacheco, este último a quem acusam de ter efectuado mudanças no comando da corporação ao nível da cidade dias antes da ocorrência que resultou no desaparecimento dos presos.
Dizem as mesmas fontes que o Ministério Público deveria também abrir um inquérito contra o actual director da PIC, Dr. Dias Balate, para se apurar dele, como é que soube com exactidão que Anibalzinho, Todinho e Samito, tinham fugido da cadeia as 10 horas. Lembram que “foi ele que se apressou a anunciar a ocorrência aos jornalistas, indicando a hora exacta da fuga dos presos, “antes que o assunto fosse do conhecimento de outros sectores da corporação”.
Pacheco está a ser acusado de ter posto muitos quadros da Polícia “fora das operações”, e de “marginalizar muitos generais e oficiais superiores” da corporação, através de ordens de cessação de funções e transferências alegadamente sem esclarecimentos aos visados.
Segundo as fontes da Polícia de Investigação Criminal (PIC) na cidade de Maputo que falaram em anonimato a este jornal, dias antes da fuga de Anibalzinho e dos outros dois, Todinho e Samito, das celas do Comando da PRM na Cidade de Maputo, o ministro do Interior, numa acção que agora é vista como tendo sido para “baralhar o esquema de funcionamento”, empreendeu mexidas no Comando ao nível local que envolveram a transferência do próprio comandante e de outros oficiais importantes, num processo em que igualmente “não escaparam importantes figuras da PIC” na capital do país. Estranha-se por isso as referidas mudanças a coincidirem pouco depois com a ocorrência que continua a ser o assunto de momento em todo o País.
Leia em:
http://www.canalmoz.com/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&id=6&idRec=4880