ENQUANTO O TRIBUNAL “NEGA“ CAUÇÃO DE ALMERINO MANHENJE
-O tribunal não aceita a caução do super- ministro de Joaquim Chissano, Almerino Manhenje. Para já, os que foram abençoados- porque foram caucionados por 150 e 50 milhões de meticais, respectivamente - são o PCA do Instituto de Segurança Social (INSS), Armando Pedro; e Luís Rusé Colete, do Ministério do Interior, que, a qualquer momento, podem abandonar a Cadeia Civil de Maputo, depois de quase três meses de clausura. Ao que tudo indica, Almerino Manhenje, então chefe de dois pelouros, designadamente o do Interior, e o de Assuntos de Defesa e Segurança. na Presidência- isto na segunda República -, não vai ter a chance de ver brevemente o sol por inteiro. O Diário de Notícias acaba de apurar que, Armando Pedro e Luís Musé Colete já foram caucionados por 150 e 50 milhões de meticais respectivamente, tendo o tribunal refutado a caução do famoso ministro nos tempos em que Anibalzinho brincava a fugas na tida cadeia de máxima segurança, vulgo BO. Aliás, o tribunal, segundo nossas fontes, estuda a possibilidade de caucionar- exceptuando Manhenje outros detidos em conexão com o rombo financeiro ao MINT. Trata-se do processo número 013/GCCC/PGR/2006, em que o antigo ministro é acusado de desvio de 220 biliões de meticais à altura que chefiava aquele pelouro. Recorde-se que estão detidos com Manhenje, Lourenço Jaquessone Mathe, Manuel Luís Mome, Luís Rusé Colete, Rosário Carlos Fidelis, Serafim Carlos Sira, Álvaro Alves Nuno de Carvalho e Dionísio Luís Colege, todos antigos funcionários do Ministério do Interior, bem como Armando Pedro, actual PCA do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Contudo, foi há , provavelmente, dois anos que o ex-ministro do Interior; o actual vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Ernesto Augusto; o então director das Finanças do Ministério do Interior, Rosário Fidelis, entre outros altos funcionários foram ouvidos no Gabinete Central de Combate á Corrupção, no processo relativo ao desvio de mais de 200 biliões de meticais da antiga família. Meses depois era extinto o Gabinete Anti-corrupção, dado que provocou muita contestação social, ainda que se soubesse que os juizes não reconheciam os processos dele provenientes. Volvido algum tempo, Joaquim Madeira, então Procurador Geral da República, é substituído por Augusto Paulino. José Pacheco, já ministro do Interior, junta coragem suficiente e decide revelar publicamente que a auditoria da Inspecção Geral das Finanças, por sí solicitada, para olhar pelas contas da gestão de Manhenje tinha apurado um sumiço de cerca de 220 biliões de meticais. Na altura a auditoria apurou que dos 260 biliões, que o Ministério do Interior recebeu das Finanças durante a gestão de Almerino Manhenje, apenas 40 biliões foram justificados. Ficou por explicar o uso de 220 biliões de meticais. Os tais que originaram um processo gordo levado pelo ministro José Pacheco à Procuradoria Geral da República em tempos não muito distantes. Notícias veiculadas na altura indicavam que a logistica da residência oficial de Almerino Manhenje alcançava um bilião por mês em compras. Almerino Manhenje era dos mais novos ministros do último Executivo do então Presidente Joaquim Chissano. Pode-se, portanto, dizer que Almerino Manhenje é um dos polémicos ministros- depois de Manuel António que passou pelo Ministério do Interior. O ora foragido Anibalzinho, disse em sede do julgamento que Manhenje participou, por via do malogrado Nyimpine Chissano, nas suas fugas quando ainda estava encarcerado na BO.Disse ainda que fora ele quem autorizou que a BO fosse guarnecida por uma força da elite da Presidência da República, os boinas vermelhas, facto inédito na história prisional moçambicana. Aliás, segundo o próprio Anibalzinho, a guarda presidencial tinha como missão, facilitar as suas fugas. Era o conluio de um governante com o crime organizado! DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 10.12.2008