MOCAMBIQUE vai gastar anualmente
cerca de oito milhões de dólares norte-americanos até 2014 para custear
operações de desminagem que registam um atraso considerável, situação que põe
em causa o cumprimento das metas traçadas pelas nações signatárias da Convenção
de Otawa, segundo revelou ao “Notícias”, em Nampula, Henrique
Banze, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
Maputo, Terça-Feira, 2 de Dezembro de 2008
A fonte avancou que o
Executivo já está a empreender esforços no sentido de obter tal montante junto
dos seus parceiros.
Segundo o plano do Governo central,
as operações de desminagem no país deveriam terminar em finais do
próximo ano. Contudo, reconhece que muito trabalho ainda resta por realizar, e
numa das recentes sessões de trabalho, o Conselho de Ministros decidiu estender
o prazo de implementação do programa de limpeza dos engenhos para o ano de
2014, tomando conta as capacidades humanas e técnicas de que o país dispõe.
De acordo com Henrique Banze, as
províncias do sul e centro do país, nomeadamente Maputo, Inhambane e Gaza,
Sofala, Manica e Tete, registam alguns atrasos na implementação dos respectivos
programas de desminagem.
No sentido contrário encontram-se
as províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado, incluindo a Zambézia, que
registam avanços significativos no processo de limpeza de engenhos explosivos
semeados durante a luta de libertação nacional e no conflito armado
que duraram cerca de três décadas.
Segundo a mesma fonte, apesar
daquelas províncias terem conduzido com sucesso os respectivos processos de
desminagem, urge a realizar de um trabalho residual de limpeza com vista
a obter garantias da não existência de quaisquer engenhos mortíferos, situação
que pode motivar os investidores nacionais e estrangeiros a implantar projectos
sociais e económicos.