VICE-MINISTRO DO INTERIOR DIZ TER “CERTEZA” DE QUE ANIBALZINHO ESTÁ EM MOÇAMBIQUE
➢Presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, apela à “manifestação popular” para exigir mudança de Governo
➢António Frangoulis, antigo director da PIC e que conhece “Anibalzinho”, diz que PR “deve fazer algo”
MIGUEL MUNGUAMBE
As autoridades governamentais moçambicanas garantem que na “caça” ao suposto foragido Aníbal dos Santos Júnior (Anibalzinho) está envolvida a Organização Internacional da Polícia Criminal (INTERPOL), juntamente com um contingente de três mil homens das forças moçambicanas de defesa e segurança fardados e outros à paisana.
Naqueles comentários próprios de oficiais da Polícia da República de Moçambique (PRM), Mandra disse ter “a plena certeza” de que “Anibalzinho e seus dois comparsas não estão fora do país”, justificando tal convicção com alegadas informações em sua posse.
Mandra disse que logo que o seu ministério tomou conhecimento da “fuga” de Anibalzinho e de dois perigosos cadastrados o oficialato do ministério da “Olof Palme” tratou de accionar um dispositivo para a caça e (re)captura do trio “com apoio da INTERPOL e forças locais dos países que fazem fronteira com Moçambique”.
Cepticismo
A presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, manifestou o seu cepticismo em relação à tese de “fuga” de Anibalzinho e outros dois presumíveis perigosos bandidos da sede do Comando-Geral da PRM.
Para Mabota, das duas uma: foram retirados dos calabouços para serem eliminados fisicamente ou então postos bem longe para não implicarem graúdos em processos ainda por julgar.
Mabota vai mais longe e apela à população para sair à rua e exigir mudanças, “porque isto não é Governo”.
“Como é que a PRM pode, por exemplo, afirmar categoricamente que os três escaparam exactamente às 10h00?”, indagou-se a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, para consubstanciar as suas reservas.
António Frangoulis, antigo investigador do “Caso Cardoso”, diz que “o Presidente da República deve fazer algo, já que não há cultura de colocação de lugares à disposição em Moçambique”.
Ele, que é deputado pelo grupo parlamentar do partido FRELIMO, afirma estar “muito sentido”, porque estavam criadas as condições para o Chefe do Estado apresentar o “estado da Nação” no Parlamento
“com pompa, mas o que se passou domingo (fuga de Anibalzinho) veio deitar tudo por água abaixo”.
Mabota é secundada por muitos cidadãos ouvidos pelo nosso jornal que falam de “falta de profissionalismo” na “construção” da tese de “fuga” de Anibalzinho, que já havia saído por duas vezes da chamada Cadeia de Máxima Segurança de Moçambique, tendo sido recapturado no estrangeiro (Suazilândia e Canadá), e outros dois arguidos em outros processos-crime sangrentos.
Anibalzinho estava preso nos calabouços do Comando da PRM a cumprir uma pena de aproximadamente 30 anos depois de julgado e condenado por liderar o esquadrão que assassinou o jornalista Carlos Cardoso, em Novembro de 2000, em Maputo.
CORREIO DA MANHÃ – 09.12.2008
NOTA:
Como é possível, numa cadeia de "alta segurança", serem escalados para serviço apenas "estagiários", como li noutro jornal?
Isto cheira-me a esturro!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE