Pelo menos oitenta e cinco milhões de dólares norte-americanos foram investidos nos últimos quatro anos na construção de mais de 1259 quilómetros de linhas de transporte e outras infra-estruturas de electricidade em todo o país, com vista a dar vazão às necessidades de implementação do programa de electrificação rural. O Ministro da Energia, Salvador Namburete, dá nota positiva ao programa, sustentando que a taxa de cobertura subiu de 7,5 por cento em 2004, para cerca de 13,2 por cento em 2008.
Falando há dias no Parlamento, Namburete disse que actualmente as 128 sedes distritais do país estão electrificadas, setenta e oito das quais com energia da rede pública nacional. Destas, vinte e sete foram ligadas no período de 2005 a 2008 como resultado da implementação do programa de electrificação rural.
“Em 2004 ligámos 51 sedes distritais e nos últimos quatro anos ligámos as restantes 27 nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Niassa, Zambézia, Tete, Manica, Inhambane, Sofala e Gaza. Paralelamente, electrificçamos vários empreendimentos económicos implantados ao longo das novas linhas de transporte de energia que construímos nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Tete, Manica, Sofala e Inhambane...”, disse o Ministro da Energia.
Resultado desse esforço, foram ligados cerca de 300 mil novos consumidores em todo o país, sendo que em 2005 ligaram-se cerca de 95 mil contra os cerca de cem mil que se prevê sejam ligados à rede pública de distribuição até finais do ano em curso.
Em termos práticos, de acordo com Salvador Namburete, perto de um milhão de cidadãos que em 2005 não tinham acesso à energia eléctrica hoje já tira benefício daquele serviço. Actualmente 318 mil consumidores estão ligados ao sistema Credelec, enquanto outros 21 mil beneficiam do serviço do Quadrelec, cujo uso vem sendo massificado entre as comunidades de baixa renda.
Além de cerca de 714 quilómetros de linhas em alta tensão e 232 quilómetros em média tensão, durante os últimos quatro anos foram igualmente investidos cerca de seis milhões de dólares norte-americanos em estudos visando a construção de cerca de 1500 quilómetros de linha ligando as províncias de Tete e Maputo. “Os nossos planos são de intensificar o programa de electrificação rural. Construímos um centro de despacho a partir do qual vamos melhorar a capacidade de controlo do sistema e dessa forma agirmos com vista a reduzir as perdas e os problemas de facturação”, explica o ministro.
Sobre a alta dos preços dos combustíveis, Salvador Namburete disse que as facturas pela importação de combustíveis para Moçambique subiram de 400 milhões de dólares norte- americanos em 2004 para cerca de 750 milhões em 2008.
Segundo o ministro, apesar de ter isentado o IVA no petróleo de iluminação e introduzido compensação para os transportadores de passageiros devidamente identificados na compra do Diesel nos centros urbanos, o Estado continua a arcar com parte considerável dos custos. Aliás, segundo ele, sem as medidas de contenção que foram sendo adoptadas pelo Governo, o litro de Diesel poderia ter atingido os 50 meticais ao longo dos últimos cinco anos.