TRATA-SE DO ANTIGO ADMINISTRADOR E DOIS SEGURANÇAS DO BANCO A Procuradoria Geral da República, ao nível da cidade de Maputo, deteve à tarde da segunda feira, o antigo administrador do extinto Banco Austral, Parente Júnior, e mais dois seguranças da instituição, designadamente Carlos José Sitoe e José Carlos Figueredo. A detenção dos três indivíduos é em conexão com o assassinato do jovem economista e PCA interino do banco, António Siba Siba Macuácua. Lá vão sete anos desde que Siba Siba Macuácua foi assassinado e nunca uma detenção havia sido efectuada. Como que despertando de um sono profundo, a Procuradoria da cidade foi buscar os três indivíduos retromencionados. O facto foi confirmado por Georgina Zandamela, Assessora do Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, sem contudo avançar detalhes nem nomes dos indivíduos detidos. Trata-se das primeiras detenções tornadas publicas desde o assassinato de Siba-Siba Macuacua, que havia sido indicado pelo Banco de Moçambique para Presidente do Conselho de Administração do então Banco Austral, hoje Barclays, com a missão especifica de produzir um relatório sobre a situação financeira daquele banco. Há sensivelmente três meses, Parente Júnior, que antes desempenhou as funções de director do Banco Austral para área do crédito, Álvaro Muthemba e outras pessoas foram ouvidas pela Procuradoria, devido as declarações de R. Mugatane que os implicava no assassinato do economista. Desde a data de 11 de Agosto de 2001, ano em que Siba Siba Macuácua foi macabramente assassinado, o poder político nunca mostrou vontade de investigar o caso, facto que, de acordo com especialistas em investigação criminal, terá facilitado com que as pistas do ocorrido esboroassem António Siba-Siba Macuacua foi morto na sede do extinto Banco Austral, quando se preparava para entregar ao ABSA, o relatório de contas mal paradas, que envolve alguns devedores pertencentes a nomenklatura política do dia. Volvidos sete anos após o assassinato do Presidente do Conselho da Administração daquela instituição bancária, função que assumia, interinamente, a Procuradoria Geral da Repúblicas, PGR, decidiu reabrir o “caso Siba Siba”, com o objectivo de encontrar o autor e o mandante da morte do jovem economista. As investigações da PGR recomeçaram com a audição de alguns declarantes, acção que, para alguns analistas, não passava de simples atirar areia aos olhos do povo, pois, o olho popular é céptico quanto ao esclarecimento do facto. Recorde-se que a PIC, dirigida à altura por António Frangulius, cujo assumia o cargo de director ao nível da cidade capital, iniciou com as investigações, mas, com explicações de baixo jaez, foram interrompidas. Frangoulis amiúde acusou o poder político de não alocar meios necessários para a continuação das investigações. Aliás, o mesmo Frangoulis dissera que, volvidos sete anos, os elementos que existem não são suficientes para se apurar o ocorrido naquele Agosto fatídico, são residuais. Ainda segundo ele, era necessário que, num processo equiparado, a investigação fosse mais alargada. A base da investigação não poderia ser restrita, só aos devedores do Banco Austral.Frangulius sublinhou ainda que a investigação levada a cabo pelos peritos sul-africanos não ajudou em nada à polícia moçambicana. Foi contra-producente. DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 10.12.2008