Washington afirmou que o surto de cólera no Zimbabué é uma crise urgente e contínua e pode ser pior do que o que se pensa, contradizendo as reivindicações de Robert Mugabe de que a crise chegou ao fim.
A secção de assistência humanitária do Departamento de Estado, USAID, está também a trabalhar com a Organização Mundial de Saúde para substituir o sistema de saúde do Zimbabué.
Washington voltou a apelar ao afastamento de Robert Mugabe, ao afirmar que osurto de cólera era uma consequência directa da crise política que afecta o Zimbabué e das políticas económicas fracassadas do seu governo.
O embaixador dos Estados Unidos em Harare, James McGee, alertou que o país está a tornar-se rapidamente num 'estado falhado'.
James McGee disse que os hospitais na cidade continuavam fechados, não havia recolha do lixo e as pessoas bebiam de esgotos.
Ele acrescentou que os apelos ao afastamento de Mugabe estavam a começar a fazer eco em África e que organismos regionais como a SADEC tinha uma série de opções à sua disposição para pressionar Mugabe a abandonar o poder.
O Presidente zimbabueano disse antes que o seu governo tinha conseguido conter o surto da cólera.
Informações
Mas os últimos dados das Nações Unidas mostram que o número de mortes no Zimbabué está a aumentar e que existem agora perto de 16.500 casos de cólera no país.
O director-geral do Ministério da Saúde da África do Sul, Thami Mseleku, disse que o surto não tem precedentes.
"Embora tenham havido epidemias de cólera no Zimbabué tal como noutros países, esta não tem precedentes e está a alastrar-se para os países vizinhos e a África do Sul é um deles."
Por sua vez, o Ministro da Grã-Bretanha para as questões de África, Mark Malloch-Brown, disse numa visita a um campo de refugiados zimbabueanos em Joanesburgo, que os comentários de Mugabe eram absurdos.
"É impressionante que ele veja o seu país confrontado com 700 vítimas mortais e 16.500 casos de cólera, com um índice de mortalidade que é dez vezes superior a um surto de cólera normal e pergunte: que cólera?"
A OMS calcula que o número de casos ascenda aos 60 mil.
Centenas de zimbabueanos atravessaram a fronteira para a África do Sul em busca de tratamento porque os serviços de assistência médica e a infraestrutura do abastecimento de água entraram em colapso no Zimbabué.
BBC-12.12.2008