OS habitantes da localidade de Namilasse, no posto administrativo de Chinga, distrito de Murrupula, em Nampula, onde no período do conflito armado tinha sido instalada uma das bases regionais da Renamo, contam já com uma sede inaugurada em ambiente festivo pela população local.
Maputo, Quarta-Feira, 17 de Dezembro de 2008Notícias
Mesmo após a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, forcas residuais da Renamo ainda armadas impediam que fosse reposta a autoridade do Estado naquela região sob alegação de que a localidade ainda estava sob seu controlo.
Com uma população estimada em mais de sete mil habitantes que tem na actividade agrícola a base do seu sustento, os residentes de Namilasse sentem-se satisfeitos com o funcionamento efectivo da administração estatal. Tudo porque as pessoas eram forçadas a percorrer longas distancias para tramitar qualquer documentação pessoal.
Aliás, as populações manifestaram a sua satisfação não somente pela entrada em funcionamento daqueles serviços, mas também pelo apoio que o Governo tem prestado a vários níveis. A título de exemplo apontaram a edificação de salas de aulas, da ponte sobre o rio Lalaua, residência do chefe da localidade, entre outras intervenções que devolveram ao local um ambiente tranquilo e onde as pessoas estão agora viradas para a produção.
Alguns cidadãos de Namilasse disseram ao nosso Jornal persistirem alguns problemas como a degradação das vias de acesso, a falta de transporte para a circulação regular de pessoas e bens.
“ Um outro problema que enfrentamos e gostaríamos de ver solucionado é o da falta de professores. Nós temos nove escolas do EP1 onde estão inscritos 2200 alunos da primeira a quinta classe e que são assistidos por 15 professores. Precisamos que o efectivo de docentes seja reforçado”, explicou Seferino Silvano, professor da EP1 de Namilasse.
Importa referir que a maior parte dos habitantes de Namilasse sofreu directamente os efeitos destruidores da guerra. Muitos dos guerrilheiros da Renamo que tiveram um envolvimento directo nesses actos habitam ainda em Namilasse, e a convivência com a população é normal.
“As marcas da guerra da Renamo ainda persistem mas a população não tem ressentimentos. Nós convivemos com eles e fomos nós que colaboramos com as autoridades competentes para indicar alguns esconderijos de armas que podiam perigar a paz”, disse um ancião que assistiu a cerimónia de inauguração da sede da localidade de Namilasse.
- LUÍS NORBERTO