O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução a autorizar forças estrangeiras a combater piratas em território somali.
A resolução, de um ano de validade, diz que o governo somali de transição tem de autorizar qualquer operação antes que esta seja levada a cabo.
Ontem, piratas que se presume serem da Somália sequestraram mais duas embarcações na costa do Iémen em adição às dezenas que se encontram em seu poder.
Trata-se da quarta resolução aprovada pelo Conselho de Segurança desde Junho para o combate à pirataria na costa somali.
Meios
O documento, aprovado por unanimidade, confere aos países poderes para recorrem "a todos os meios necessários", em terra ou no mar, para deterem os que usam território somali para planear ou perpetrar actos de pirataria e roubo armado no mar.
Navios de guerra europeus, da Índia e dos Estados Unidos já patrulham a costa somali para impedirem acções de pirataria, que se tornaram mais frequentes nos últimos anos devido em grande parte ao Estado falhado e sem lei em que a Somália se tornou.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, salientou que a nova resolução, proposta pelo seu país, tinha sido apoiada pelos países de região.
Articulação
"Isto tinha sido pedido pela União Africana e por países que estão a enfrentar dificuldades no terreno. Embora as condições não sejam propícias para a manutenção de paz, elas seriam ainda menos se o caos reinar na Somália e temos de nos concentrar na pacificação do país. Prevenção é o que importa aqui", considerou.
Também presente na sessão do Conselho de Segurança esteve o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Milliband, que destacou o papel da Marinha Mercante no combate à pirataria.
"É importante que trabalhemos, não apenas na frente militar mas com a Marinha Mercante seja através dos respectivos governos ou da Organização Marítima Internacional", salientou.
Ontem piratas que se presume serem da Somália capturaram mais duas embarcações na costa do Iémen - um cargueiro turco e um rebocador indonésio contratado por uma petrolífera francesa que navegava com destino ao Iémen a partir da Malásia.
BBC - 17.12.2008