Afonso Dhlakama, José Pacheco e Lourenço Bulha
Afonso Dhlakama, José Pacheco e Lourenço Bulha brilharam este ano da forma mais ridícula.
Dhlakama jamais voltará a ser o mesmo. Hoje considerado fofoqueiro e marxista – este um epíteto que tanto gostou sempre de pôr aos outros – tem apenas uma meia dúzia de acólitos com quem partilha os momentos de frustração política. Ele a a sua “fauna política” acompanhante, já não têm grandes hipóteses de retorno aos tempos em que se podiam vangloriar serem do maior partido da oposição com pretensões a chegarem ao poder.
Depois de muitos anos de convívio politico salutar, tendo acima de tudo granjeado simpatias no eleitorado nacional, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, volvidos anos assume-se hoje como um déspota, um ditador por excelência, que confunde o espaço geográfico onde habita com tudo o que rodeia.
O homem está hoje, por assim dizer, morto politicamente. Deambula sem norte. Fala sem convicção. Anda escondido não se sabe bem aonde, e de todos os seus assessores apenas um ainda se mantém fiel e se assume porta-voz…que também já anda, diga-se de bico muito pouco afinado, mas é afinal a única muleta, neste momento, do combatente de furou os seus próprios pés para poder deixar de andar.
O afilhado changana de Dhlakama assiste apenas ao estertor do chefe fazendo lembrar o ministro da Informação do ditador do Iraque que só se apercebeu de que estavam para o fazer arrear as calças quando reparou que já nem uns suspensórios o salvariam.
Afonso Dhlakama propõe democracia mas este ano provou que não sabe o que isso é. E provou ser um déspota, pela forma sobretudo como encara os estatutos do próprio partido que de todo não cumpre.
Por estas e outras razões de índole demoníaca, Dhlakama deixou de ser o mesmo. Hoje é padrasto da democracia que ele ajudou a erigir em Moçambique com todo o mérito. As suas últimas imposições para as eleições autárquicas que alteraram sobremaneira o modus vivendi do maior partido da oposição, resultaram em desunião entre muitas perdizes e destas com ele ao desertarem e optarem por outras savanas. Foi o que se viu. Uma derrota tremenda nas eleições autárquicas, a fazer crer em outra derrota gorda nas presidenciais do ano que espreita e além disso uma tremenda queda na Assembleia da República. Ponto final. Afonso Dhlakama hoje é um diabo temerário, um homem solto, isolado e sobretudo morto politicamente. É pena termos que o dizer, mas as verdades são para serem ditas.
José Pacheco
José Pacheco, ministro de Guebuza, ganhou protagonismo quando em tempos bem recentes, depois de convidar uma das televisões nacionais a presenciar, com pompa e circunstância entregou na Procuradoria Geral da República o processo do rombo de biliões no Ministério do Interior. Gingão, e com ar de quem tinha a faca e o queijo na mão, o bom do Pacheco, após este acto digno de Hollywood ficou eclipsado. Foi engolido pelos problemas do MINT, foi engarrafado pela máfia no seio das patentes da bufaria e ficou acantonado no seu gabinete. Fragilizado pelo sistema, comido pelos seus subordinados, o ex-homem da agricultura tornado homem dos revólveres não mais voltou a dar nas vistas. Engolido até as orelhas pelos problemas na sua casa, foi-lhe exigida a cabeça, mas o homenzinho não se quedou. Continua ministro cabisbaixo e só espera que o PR um dia lhe dê um pontapé.
Pacheco já não enxerga nada. Não tem horizonte. Está manietado e num país onde existe respeito pelas mais elementares regras do social, o nosso ministrozinho já há muito estaria no olho da rua…Aqui os pausitos de madeira ainda vão servindo para entravar processos, não vá o diabo tecê-las…
A “promessa” do ano
Lourenço Bulha, o célebre empresário e secretário provincial da Frelimo em Sofala fez a maior promessa do ano da qual certamente o pai natal não gostou. Disse a plenos pulmões na sua campanha de candidatura a presidente do Município da Beira que caso ganhasse as eleições iria comprar caixões para todo aquele a quem o infortúnio batesse à porta. O mesmo que dizer que o coitado do Bulha sem se aperceber ele mesmo estava a pregar nas tábuas do seu caixão eleitoral. O povo, porque não quer ouvir falar de mortes em tempo de campanha, e sofre com a morte, engoliu as promessas. Enquanto o diabo e as agências funerárias faziam contas aos lucros a advirem da ideia macabra do Bulha, “Deus” esfregou os olhos e disse basta das tantas mortes que o povo moçambicano enfrentou. E foi feita a justiça.
Acabou por ironia que lhe destinaram, por ter ele próprio a morte nas urnas. Ai urnas para quanto serves quando um povo se farta de ser sugado…
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 31.12.2008