Segundo o Secretário Geral do Partido
- Ossufo Momade diz que Maringue nunca foi base central À semelhança do que está acontecer com a história da luta de libertação nacional desencadeada pela FRELIMO contra o governo português, também a RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique) vai iniciar o processo de divulgação escrita da história da guerra civil travada em prol da democracia multipartidária no país. A iniciativa pretende dar a conhecer às gerações vindouras as verdadeiras causas que levaram os moçambicanos a desencadearem uma guerra civil que durou cerca de 16 anos, como ela foi conduzida, bem como as principais frentes de combate. Em conversa “secreta” mantida com Ossufo Momade, antigo general do ex-movimento armado, ficamos a saber que Maringue nunca foi bastião da RENAMO, como tem sido propalado, mas serviu apenas de sua base central durante o conflito fratricida. Segundo Ossufo Momade, Secretário-Geral do Partido e deputado da Assembleia da República, pela bancada minoritária, o então Comandante em Chefe, Afonso Dlakhama estava, na altura, radicado em Massala, uma região montanhosa localizada no centro do país. Explicou que a mudança dos guerrilheiros da “perdiz” para Maringue foi decidida dias antes do Acordo Geral de Roma, rubricado a 4 de Outubro de 1992. Enquanto aguardávamos pela decisão final em Massala, o Presidente Dlakhama ordenou-me a mim, a Mateus Ngonhamo e a outros generais para que conduzíssemos toda o nosso contingente até Maringue, a fim de ali celebrarmos o fim da guerra porque ele já havia assinado o Acordo de Paz com a FRELIMO. Recordou o nossa interlocutor, que afirma ter aberto três frentes de combate, isto é conseguiu levar a RENAMO para Inhambane, Zambézia e Nampula, depois de longos anos como comandante sectorial nas províncias de Manica e Sofala. O número dois da “perdiz” recorda que enquanto comandante da RENAMO em Nampula, e, na altura, com base provincial na região de Mutaveia, no distrito de Ribáuè, a FRELIMO, liderada na altura pelo então comandante provincial, Eduardo da Silva Nihia, desencadeava intensas operações militares na região, facto que obrigou a RENAMO a instalar-se em Namilaze, no distrito de Murrupula, a partir de onde procedia a distribuição das suas forças para os restantes distritos da província. Ossufo Momade de 47 idade anos de idade , natural da Ilha de Moçambique, diz ter ingressado, ainda jovem, nas fileiras das então Forças Populares de Libertação de Moçambique. A sua sedução pela RENAMO começou através das escutas da Voz da África Livre (depreciativamente apelidada de Rádio Quizumba), que fazia na calada da noite, na companhia de alguns colegas, cujos nomes se escusou a enumerar, por questões óbvias.. A nossa fonte referiu que a ideia de transmitir a sua experiência militar será um processo contínuo e abrangente para todos os quadros da “perdiz”. Aquele dirigente politico esteve recentemente na capital provincial de Nampula em preparação da segunda volta das eleições autárquicas a ter lugar, em breve, no município de Nacala-Porto. WAMPHULA FAX – 19.12.2008