O NÚMERO de mortos provocados pela cólera no Zimbabwe ultrapassou a barreira dos 1500 e as cifras dos casos fatais diagnosticados estão a aumentar, revelaram sábado as Nações Unidas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) até ao momento a cólera já matou 1518 pessoas, tendo sido registados 26497 casos da doença desde o início do surto em Agosto.
Os dados da agência da ONU para a saúde indicam ainda que mais de dois terços das mortes ocorreram em Dezembro.
A percentagem dos doentes com cólera que morrem da doença cresceu desde o início do mês de 4 para 5,7 por cento.
A OMS alerta que o surto não está controlado e aconselha os países vizinhos a aumentarem a vigilância e as campanhas de vacinação para prevenir a doença.
Entretanto, a desnutrição infantil em várias partes do Zimbabwe aumentou em mais de 60 por cento, em comparação com os dados do ano passado, de acordo com a ONG britânica Save the Children.
Dados do distrito de Binga, no noroeste do país, indicam que 7,6 por cento das crianças entre seis meses e cinco anos sofrem de desnutrição aguda.
A desnutrição crónica, de longo prazo, na mesma região, também aumentou em cerca de 50 por cento. Um total de 31,2 por cento das crianças com menos de cinco anos têm um peso inferior ao normal, em comparação a 20,9 por cento em Outubro do ano passado.
Em relatório divulgado no sábado, a Save the Children indica que são necessárias 18 mil toneladas de alimentos para o mês de Janeiro e pediu que os países doadores aumentem a ajuda que concedem.
A organização disse que cerca de 5 milhões de pessoas no Zimbabwe – ou cerca de 50 por cento de população do país – necessitam agora de ajuda alimentar.
O Zimbabwe vive uma grave crise económica e enfrenta uma epidemia de cólera, alimentada pelo caos nos sectores de assistência médica e serviços de água e esgotos.