A COMISSÃO Eleitoral Independente (CEI) informou terça-feira que até meados de Abril estará em condições de realizar as quartas eleições gerais na África do Sul.
Nestas eleições, o Congresso Nacional Africano (ANC), terá como um dos seus maiores adversários, o Congresso do Povo (COPE), um partido recém-criado, essencialmente a partir de indivíduos dissidentes do partido governamental.
“Segundo a nossa constituição, devemos ter tudo preparado, absolutamente preparado até ao dia 15 de Abril. Esse é o calendário que estamos a observar”, disse a presidente da CEI, Brigalia Bam. Falando no Parlamento, Bam disse prever que o presidente sul-africano, Kgalema Motlanthe, venha a anunciar a data das eleições gerais ainda este mês, após consultas com o órgão eleitoral.
Existem actualmente 150 partidos registados na África do Sul. Contudo, muitos não deverão participar n as eleições por não reunirem condições financeiras para o pagamento das suas inscrições, conforme noticiou ontem a AIM.
O ANC, que se encontra no poder desde a queda do apartheid em 1994, sofreu uma cisão nos finais do ano passado. A facção dissidente, o Congresso do Povo apresentou no último fim-de-semana o seu manifesto eleitoral, que tem algumas semelhanças ao do partido governamental, destacando-se, entre elas, o combate à pobreza e a melhoria dos serviços de saúde e de educação, numa tentativa de puxar para si maior número de votos.
Segundo Brigalia Bam, a CEI começou já os preparativos para a segunda fase do censo eleitoral, agendado para 7 e 8 de Fevereiro, uma medida que visa atingir a meta de 22 milhões de eleitores. Na primeira fase do recenseamento eleitoral foi registados 1,6 milhão de novos eleitores, havendo notícias de muitos cidadãos ainda por registar, sobretudo jovens, nas regiões rurais.
De acordo com a Agência de Informação de Moçambique (AIM) para as eleições municipais de 2006 a África do Sul registou pouco mais de 21 milhões de eleitores, mas este número poderá ter sofrido algumas alterações devido ao elevado índice de mortalidade associado ao HIV/SIDA.
A CEI referiu que o número de mortos na África do Sul varia de 25.000 a 44.000 por mês, defendendo, por isso mesmo, uma campanha massiva, porque se isso não acontecer as metas eleitorais poderão ser comprometidas devido ao elevado número de mortes.