Religiosos sul-africanos exortam Mbeki a abandonar mediação da crise zimbabueana
Os líderes das maiores igrejas da África do Sul exortaram terça-feira o ex-presidente Thabo Mbeki a demitir-se do cargo de mediador do processo de resolução da crise do Zimbabué.
O cardeal católico Wilfred Napier, o bispo metodista Ivan Abrahams, o arcebispo anglicano Thabo Makgoba, o pastor Ray McCauley, da Igreja Rhema, Eddie Makue, representando o Conselho Sul-africano das Igrejas, e outros líderes religiosos consideram, numa declaração
conjunta, que o mediador está “comprometido” e, como tal, deveria afastar-se do processo.
“O Zimbabué está em colapso. O antigo presidente Thabo Mbeki está comprometido e não é a pessoa apropriada para liderar o processo de mediação”, refere o comunicado do Conselho de Consulta Inter-Denominal, que se reuniu durante dois dias em Stellenbosch, província do Cabo Ocidental.
Para os líderes religiosos, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Governo sul-africano traíram as expectativas do povo zimbabueano e do continente insistindo na chamada “diplomacia silenciosa”.
“Respeitosamente pedimos a intervenção da União Africana e a nomeação de um novo mediador para as conversações sobre o futuro do Zimbabué”, refere o comunicado subscrito por mais de 30 líderes religiosos.
“Pensamos que Robert Mugabe está agarrado de forma ilegítima ao poder. O povo do Zimbabué falou em 31 de Março de 2008 elegendo uma nova liderança; apelamos por isso a
Robert Mugabe para que se demita de forma a permitir que a democracia prevaleça”, salienta o grupo de consulta.
O grupo pede também a todas as igrejas, associações cívicas e líderes políticos da África Austral que dêem apoio humanitário ao Zimbabué, de forma unida e consertada com as igrejas zimbabueanas.
CORREIO DA MANHÃ – 22.01.2009