Reactaram esta segunda-feira em Harare as negociações com vista à formação de um governo de unidade nacional no Zimbabwe, as quais são vistas como cruciais por ambas as partes.
O governo e os partidos da oposição insistem que esta é a última oportunidade para se salvar o acordo de partilha do poder assinado há quatro meses.
As negociações de Harare estão a ser mediadas pelos presidentes da África do Sul, Kgalema Mothlanthe, e de Moçambique, Armando Guebuza, e pelo antigo líder sul-africano, Thabo Mbeki.
No domingo, o Presidente Robert Mugabe disse que não faria mais concessões ao Movimento para a Mudança Democrática, MDC, liderado por Morgan Tsvangirai.
O MDC esteve reunido no último fim-de-semana e disse que o processo negocial deve ser concluído - quer tenha sucesso ou fracasse.
O MDC diz que os zimbabweanos não podem esperar mais, numa altura em que o país enfrenta uma epidemia de cólera, a falta de alimentos e o colapso da economia e de serviços básicos como a saúde e a educação.
Condições
Nelson Chamisa, um porta-voz do MDC, disse à BBC que o seu partido só integra o governo se as suas exigências forem satisfeitas:
"Não vamos cometer suicídio político juntando-nos a um governo da Zanu-FP. Queremos um governo abrangente onde não se seja capaz de impôr posições autocráticas e autoritárias no funcionamento das instituições".
Morgan Tsvangirai - que regressou ao Zimbabwe no último fim-de-semana depois de dois meses no estrangeiro - diz que o MDC não será forçado a aceitar um acordo.
Ele insiste que todas as questões pendentes precisam de ser resolvidas antes da formação de um governo de poderes partilhados.
O Presidente Mugabe diz que se o MDC não assinar agora o acordo para a partilha do poder, ele avança com a formação unilateral de um executivo.
A verdade é que, se o fizer, arrisca-se a perder as ajudas vitais que a comunidade internacional atribuiu ao Zimbabwe para tentar recuperar a sua devastada economia.