POUCO mais de duas mil juntas de bois estarão à disposição dos camponeses na presente campanha agrícola, no âmbito do plano governamental visando o aumento da produção e produtividade e da colocação de um meio que lhes pode permitir intervir no mercado.
No total, segundo dados a que a nossa Reportagem teve acesso, são 2247 juntas que correspondem a um total de 7132 bovinos.
De acordo com dados que nos foram facultados pelo Director Nacional dos Serviços Agrários, Boaventura Nuvunga, no âmbito da parceria entre o Ministério da Agricultura e as empresas algodoeiras (programa de diversificação da produção nas zonas de algodão),foram adquiridas, treinados e distribuídos 220 “kits” de tracção animal compostos por três bovinos (dois machos e uma fêmea), uma carroça, charrua e sachadeira. Estes “kits” foram destinados às províncias de Nampula (150), Sofala (50) e Cabo Delgado os restantes vinte.
De igual modo, através de iniciativas provinciais, foram ainda adquiridos e distribuídos aos camponeses 230 juntas de tracção animal, 87 charruas e 10 carroças beneficiando as províncias de Maputo, Tete, Sofala e Nampula.
De acordo com a mesma informação, está em curso a aquisição de um total de 1797 juntas de gado bovino para tracção animal, o equivalente a 5582 animais, estando-se na fase de adjudicação e assinatura dos contratos para o respectivo fornecimento incluindo dos implementos.
A ideia do MINAG com relação a tracção animal, segundo apuramos, é que paulatinamente os camponeses possam ter capacidade de maior realização, saindo de áreas até um hectare que actualmente exploram para três/quatro isto é, para condições mais ambiciosas.
A aposta com a tracção animal é por se considerar uma opção sustentável na impossibilidade prática de se poder massificar o uso de tractores no país por falta de condições para o efeito.
A nossa Reportagem recebeu garantias de que existe dinheiro para massificar a tracção animal e é o que está a ser feito na expectativa de que gradualmente os camponeses, também considerados os líderes da revolução verde, estarão capacitados para adquirirem meios mais complexos como tractores.
Com relação aos tractores, dados da DNSA dão conta que deverão estar disponíveis até ao primeiro trimestre do próximo ano um total de 160 tractores no âmbito da Revolução Verde.
Até este momento, já foram adquiridos um total de 50 tractores com os respectivos implementos para além de 50 atrelados de cinco toneladas. Destes 46 foram destinados aos produtores e quatro aos centros zonais do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).
Do total de 50 tractores, 10 já foram entregues sendo quatro unidades em Inhambane, 3 Sofala e igual número para Zambézia. A expectativa é que os cinquenta tenham sido entregues até ao final deste mês.
Os equipamentos estão a ser repassados aos produtores sob a forma de crédito por cinco anos, com um ano de deferimento, pagando no momento da assinatura cinco por cento do valor, á taxas de juro de cinco por cento ao ano. O Fundo de Desenvolvimento Agrário é a parte contratante neste processo.
Neste momento, está em curso o processo de aquisição de 110 tractores com respectivos implementos e acessórios, no âmbito do Programa Commodity Aid. Prevê-se que estes equipamentos cheguem ao país à partir do primeiro trimestre de 2009, o que irá totalizar 160 tractores disponibilizados no âmbito da Revolução Verde.
Entretanto, o governo líbio disponibilizou equipamento para a preparação de terras, constituído por oito tractores e respectivas alfaias. As duas partes estão a elaborar um memorando que irá regular o uso do equipamento.