O BANCO Central iniciou com as demarches que visam a criação de uma Sociedade Interbancária de Serviços no país. A iniciativa tem em vista assegurar a interoperabilidade das diferentes redes electrónicas de pagamento existentes e o processo de transacções a retalho, através do chamado sistema Switch doméstico.
Segundo o Governador do Banco de Moçambique (BM), Ernesto Gove, a acção surge exactamente tendo em conta a obtenção do preçário de serviços financeiros mais transparentes, harmonizados e competitivos juntamente com a Associação Moçambicana dos Bancos. Por isso mesmo, iniciou já um trabalho de profundidade, ainda em curso, assegurando-se que muito brevemente haverá resultados palpáveis neste domínio.
Com efeito, foi concluída a preparação da regulamentação específica para a rápida e confortável implementação da Lei 2/2008 - Lei do Sistema Nacional de Pagamentos, aprovada pela Assembleia da República, estando assim criado o quadro legal para a operacionalidade dos vários sub-sistemas, incluindo a liquidação por grosso em tempo real.
Intervindo no decurso dos trabalhos do Conselho Consultivo da instituição, Gove disse que o Banco de Moçambique, na qualidade de supervisor do sistema financeiro moçambicano, tomou um conjunto de medidas preventivas e de persuasão, tendo em vista o reforço dos indicadores das instituições de crédito, para assim se acautelarem do efeito contagioso da crise financeira internacional.
Recordou que foi aprovada também no ano passado a segunda geração do plano estratégico do BM para o triénio 2008/2010, que incorpora melhorias substanciais face à avaliação crítica que se efectuou ao grau de cumprimento do anterior.
Consequentemente, baixou no ano passado o coeficiente de reserva obrigatória para nove por cento, visando alinhá-lo ainda mais à medida dos países da região no âmbito da integração de esforços na bancarização da economia nacional e na redução dos custos financeiros suportados pelas instituições de crédito.
Em face das previsões de 2008 em relação à inflação esperada, reduziram-se as taxas de intervenção, colocando a Facilidade Permanente de Cedência em 14,50 por cento e de Depósito em 10,25, cujos níveis se mantiveram durante todo aquele período. Isto, por outro lado, facilitou o processo de alinhamento das taxas de juro do mercado com o indicador de inflação.
A flexibilidade e a rentabilidade das aplicações do Banco de Moçambique no exterior, visando minimizar a deterioração das reservas nacionais no mercado internacional, aceleraram e diversificaram a carteira de divisas e intensificaram o controlo sobre os gestores externos.