O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, disse ontem antes de deixar Harare de regresso a Maputo, que as negociações inter-zimbabweanas de terça-feira não produziram resultados, mas a batalha não está perdida. Armando Guebuza esteve na capital zimbabweana na qualidade de vice-presidente do Órgão de Defesa e Segurança da SADC.
O estadista moçambicano e o seu homólogo da África do Sul, Kgalema Motlanthe, que chefia a presidência rotativa da SADC, foram solicitados pelas partes, no decurso das negociações, para dar o seu parecer nos esforços da procura de solução que leve à formação de um Governo inclusivo no Zimbabwe.
Pouco antes de partir de regresso a Maputo, o Presidente Armando Guebuza disse a jornalistas moçambicanos que os zimbabweanos e a região devem ter coragem de continuar a trabalhar. “Chegamos ao fim e não houve resultados. A cimeira foi inconclusiva e é assim que decidimos de novo convocar uma reunião da SADC para Botswana (sede da SADC). Vamos apresentar um relatório para ser apreciado e, provavelmente, novas decisões poderão ser tomadas”, afirmou Armando Guebuza.
O estadista moçambicano entende que os zimbabweanos encontrarão uma saída, pois o povo não pode continuar refém da situação que está a viver neste momento.
Fazendo o paralelismo com o caso moçambicano, Armando Guebuza lembrou que também em Moçambique houve muitos impasses, durante as negociações para a paz, tendo havido situações em que parecia que não haveria saída e com algumas pessoas impacientes por se sentirem desesperadas.
“Isto pode estar a acontecer em relação ao Zimbabwe. Mas não penso que nada está perdido”, disse o Presidente da República que liderou a delegação do Governo moçambicano às negociações de Roma para a paz no nosso país.
Reagindo à tomada de posse, ontem, do novo Presidente dos Estados Unidos, o primeiro negro a chegar à Casa Branca em mais de 230 anos da história do país independente, Armando Guebuza disse que é um dia de festa e de esperança para os americanos e não só. Tendo em conta as actuais crises mundiais, principalmente a que assola o sistema financeira mundial, o estadista moçambicano espera que a tomada de posse de Barack Obama represente um momento de arranque ao encontro de soluções para esses problemas que afectam a todo o mundo, incluindo Moçambique.