Júlio João Daniel, residente no Chamanculo conta que “quase todas as artérias que atravessam o bairro eram asfaltadas até à altura da independência, isto é, até 1975. A partir daquele ano estas estradas foram votadas ao abandono. Nunca mereceram a atenção de quem de direito. É o desleixo por parte das autoridades municipais”.
A degradação progressiva do piso nas várias artérias da capital do País e arredores continua a contrastar com os valores que se diz investidos. As obras feitas pouco ou nada duram e há sítios onde nem sequer há sinais de preocupação das instituições que têm por definição, obrigação de cuidar da cidade. Numa ronda efectuada pela nossa reportagem às zonas chamadas “de cimento” bem como aos “bairros periféricos” do Município de Maputo, constatámos que está tudo um caos, desde as ruas da Sommerschild, na chamada zona nobre da cidade, até um pouco por todo o lado. Mesmo onde sucessivas obras foram feitas e o dinheiro foi gasto o que se vê sempre que chove é tudo voltar à primeira forma. A duração das obras executadas com dispêndio de grandes valores leva qualquer leigo a perguntar: como é que os gestores dos fundos públicos andam a defender o dinheiro dos contribuintes? Como se gasta dinheiro todos os anos e todos os anos se tem de voltar a repetir as mesmas obras?
Nas zonas suburbanas, tais como Chamanculo, Polana Caniço, Zona Verde, Bagamoio, Hulene, T3, para só citar algumas, ainda não foram efectuadas obras de grande vulto de modo a permitir que haja o mínimo de estética e valorização. Nessas zonas, desde que o País ascendeu à independência, nada acontece. Os anos passam e nem o piso de terra batida é cuidado. Nas zonas de cimento fazem-se obras e pouco tempo depois está tudo na mesma. O caos é apenas adiado uns meses, quando não mesmo apenas alguns dias. Nem mesmo nas zonas onde os governantes do País exibem o seu tique Snob as mazelas passam à história. Fazem-se obras, várias, repetem-se todos os anos, mas os buracos voltam pouco depois.
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