AS autoridades malawianas detiveram quinta-feira à tarde o antigo presidente Bakili Muluzi em conexão com um caso de desvio de fundos concedidos pelos doadores internacionais, uma situação que poderá inviabilizar as suas aspirações de voltar a concorrer para as presidenciais de 19 de Maio próximo.
“Ele foi novamente detido e indiciado de 87 acusações em conexão com as alegações de desvio de 11 milhões de dólares dos doadores para a sua conta privada”, disse o director do Gabinete do Combate à Corrupção, Alex Nampota.
Muluzi, que foi o presidente do Malawi entre 1994 e 2004, já se encontrava sob investigação há cerca de dois anos por suspeita de desvio de fundos de doadores de Taiwan, Marrocos, Líbia, entre outros. Contudo, ele refuta todas as acusações.
Muluzi, acompanhado por uma equipa de advogados, chegou ao Gabinete Anti-Corrupção em Blantyre, seguido por centenas de adeptos que gritavam slogans hostis ao Governo. Ele recusou-se a falar à Imprensa, mas agradeceu aos seus apoiantes.
Actualmente Muluzi é o candidato do partido da oposição Frente Democrática Unida para as presidenciais de 19 de Maio. Ele abandonou o poder em 2004, ano em que expirou o seu segundo e último mandato constitucional consecutivo.
Antes de expirar o seu segundo mandato, Muluzi tentou, em vão, introduzir uma emenda para concorrer para um terceiro mandato.
Ainda não está claro se este caso vai impedi-lo de concorrer nas próximas presidenciais.
Para algumas pessoas, Muluzi é um herói pelo facto de ter conseguido derrubar o ditador Kamuzu Banda.
Entretanto, as sondagens de opinião dão vantagem ao presidente incumbente, Bingu Wa Mutharika, devido ao excelente desempenho da economia registado nos últimos quatro anos.