A polícia da Guiné Equatorial está hoje a interrogar 15 detidos terça-feira após o assalto ao Palácio Presidencial de Malabo, que está sob forte protecção policial apesar do ambiente na cidade ter recuperado a normalidade.
O ministro da Informação e porta-voz do governo, Jerónimo Osa, confirmou a detenção de quinze pessoas e também a morte de um soldado e de um atacante.
Segundo Jerónimo Osa, um número indeterminado de assaltantes desembarcou, na madrugada de terça-feira, no novo molhe do porto da capital da Guiné Equatorial, subiu a pé por Ponta Fernanda e dirigiu-se para as imediações do Palácio Presidencial de Teodoro Obiang Nguema.
No assalto ao palácio, a cujo interior conseguiram aceder, os atacantes trocaram tiros com as forças governamentais, tendo as rajadas de metralhadora e as explosões deixado muitas marcas nos muros e paredes da residência presidencial.
O ministro indicou ainda que prosseguem buscas para encontrar os ocupantes de uma das embarcações empregues no transporte dos assaltantes, que foi destruída pela Marinha da Guiné Equatorial.
"Uma boa parte dos assaltantes está no fundo do mar", afirmou Osa, que não confirmou as informações de que existem seis feridos internados na capital e outros três que foram transferidos para o hospital La Paz, dotado de melhores instalações.
Pelo menos um dos alegados assaltantes continuava hoje internado no hospital de Malabo, onde foi operado a ferimentos graves, revelaram fontes médicas.
Os atacantes, "terroristas rebeldes" como os classifica o governo de Malabo, são presumivelmente membros do grupo nigeriano Movimento de Emancipação do Delta do Níger (MEND) e alguns deles conseguiram escapar às autoridades.
O MEND, autor de numerosos assaltos e sequestros na vizinha Nigéria, cuja responsabilidade reivindica habitualmente, negou terça-feira a sua implicação no ataque, num correio electrónico enviado para o escritório da agência noticiosa espanhola EFE.
O porta-voz do governo da Guiné Equatorial - ex-colónia espanhola e actual observador na CPLP - explicou que as autoridades policiais "estão a investigar se os detidos têm ligação com o grupo dos terroristas" e sublinhou que "até que estejam terminadas as investigações não poderão confirmar se pertencem ao grupo".
O porta-voz governamental admitiu que a população de Malabo viveu uma situação de pânico, "devido à intensidade dos disparos durante três horas".
Hoje, a rádio estatal da Guiné Equatorial mantém a sua programação habitual, recomenda aos cidadãos que retomem as suas actividades quotidianas e repete o comunicado oficial sobre o assunto, não avançando com pormenores sobre o assalto.
Os principais enclaves da cidade permanecem hoje fortemente vigiados e durante a noite de Terça-feira todos os viajantes foram identificados e as viaturas submetidas a minuciosas inspecções.
ARA - LUSA - 18.02.2009