UM jovem de 28 anos de idade, de nome Dé Jaina Juasse, que desempenhava as funções de fiscal, desapareceu em Novembro passado na região de Citate, nas proximidades duma montanha, no decurso da contagem terrestre da fauna visando o conhecimento do número aproximado sobretudo de elefantes existentes no Parque Nacional das Quirimbas, conforme confirmámos do administrador do mesmo, Dr. José Dias Mahomede.
Na companhia de mais dois colegas, segundo as informações disponíveis, o jovem fiscal terá ficado exanimado em plena mata, depois que as reservas em água se haviam esgotado, tendo em seguida os outros decidido ir procurar o preciso líquido em alguma nascente, e de regresso não o puderam encontrar no local.
A informação chegou às autoridades do parque, que imediatamente encetaram diligências visando a sua localização, envolvendo não só os seus colegas como as autoridades locais, incluindo os líderes comunitários.
Três meses de buscas ininterruptas, com a intervenção de diferentes meios logísticos postos à disposição pelo parque, incluindo a deslocação dos seus progenitores ao local, situado no distrito de Meluco, cerca de 150 quilómetros a norte de Pemba, nada se vislumbra, deixando aflitos não só todos os familiares e colegas do visado, como atónitos todos os membros da comunidade,, se bem que não há vestígios que possam fazer supor que tivesse sido atacado por alguma fera durante o tempo em que os colegas se encontravam ausentes à procura de água para o socorrer.
“Estamos completamente contrariados, nunca nos havia acontecido coisa igual e todas as buscas que pelo menos dessem algum sinal, por meio de algum vestígio de ter sido morto por algum animal feroz, como o fardamento, botas, terminaram sem sucesso, apesar de esforços ainda continuarem na tentativa de um dia encontrarmos algum esclarecimento” lamenta o administrador do parque.
A contagem
Tratava-se da terceira contagem terrestre da fauna, cujos dados estão a ser processados para trazerem a público os resultados que se espera sejam muito acima dos colhidos em Novembro de 2006, que davam as estimativas de 1108 elefantes no interior do Parque Nacional das Quirimbas, que abrange seis distritos, nomeadamente Quissanga, Macomia, Meluco, Pemba-Metuge, Ancuabe e Ibo.
Na verdade, segundo Armindo Araman, Assessor para Maneio de Ecossistemas Terrestres e Espécies doParque Nacional das Quirimbas, os resultados obtidos desde a primeira contagem terrestre, que teve lugar em 2004, para cá, sugerem que se espera que o número daqueles paquidermes tenha subido significativamente.
“A contagem de 2004 indicava-nos uma estimativa de 1000 elefantes, para em 2006 saltarmos para 1108, isso para dizer que podemos ficar preparados para indicadores mais altos ainda, resultantes da contagem de Novembro do ano passado”, disse.
Desde Novembro de 2006 que se dedidiu que o inventário dos animais de grande porte deveria obedecer a uma periodicidade bi-anual, dentro dos mesmos blocos, nomeadamente A, B e C, seguindo as mesmas linhas. As actuais estimativas da população animal trazem igualmente outras espécies comuns, sendo, Impalas (452), macacos-cão (6261), facoceiros (1751 e cudos (1780).
A distribuição das espécies mais comuns, conforme os resultados prevalecentes, tende a uma concentração dos animais nos blocos B e C, próximo da costa e para reforçar estes dados foi realizado um programa de colocação de colares em elefantes para permitir a investigação dos padrões da dispersão e movimentos, o que se pensa possa vir a determinar as áreas a a vedar proximanente.
Na verdade, com o incremento da fauna bravia no interior do Parque Nacional das Quirimbas, se torna cada vez mais cadente a necessidade de iniciar a vedação eléctrica que o Governo advoga há cerca de três anos. Perguntámos a Armindo Araman sobre o ponto em que se encontra o programa.
“Tudo o que tinha a ver com a parte técnica já foi concluído, quer dizer: a província já fez a sua parte. Houve o lançamento do concurso de adjudicação, foi selecionado o empreiteiro, ficaram disponíveis os cadernos de encargos e agora tudo está nos órgãos centrais para a competente decisão, que esperamos possa aparecer a qualquer altura”.
- Pedro Nacuo