Governo paralelo - Dlhakama acusa observadores nacionais de terem facilitado a fraude eleitoral em Nacala-Porto
A Renamo inicia, na próxima semana, o processo de instalação dos órgãos municipais paralelos nalguns municípios do país, uma medida que, segundo o líder daquela formação politica, visa o não reconhecimento dos respectivos dirigentes e a consequente desestabilização do Estado.
O líder da Renamo afirma que o processo eleitoral foi caracterizado por várias irregularidades, o que obrigou o partido a interpor recurso ao Conselho Constitucional. Referiu que na segunda volta foram, igualmente, reportadas situações de fraude em Nacala-porto, protagonizadas pelos membros das mesas das assembleias de voto. O líder do maior partido da oposição em Moçambique acusou o Fórum Moçambicano dos Observadores Eleitores (FOMOE) de ter facilitado a fraude em Nacala-Porto, por não terem feito um acompanhamento do processo com o rigor que se impunha. Fundamenta, a propósito, que os observadores nacionais chegaram no município de Nacala-Porto na manhã do próprio dia 11 de Fevereiro, e alguns sumiram mal terminou o processo de votação. Face a esta situação, Afonso Dlhakama afirma que a Renamo não vai entregar o poder, como forma de desmascarar publicamente a fraude engendrada através do recrutamento de pessoas de diversos distritos para votaram no candidato da Frelimo, Chale Ossufo, facto de que afirma ter provas evidentes. Aliás, para confirmar a veracidade das denúncias, aconselhou a reportagem do Wamphula Fax a deslocar-se ao antigo Centro Regional de Formação Profissional dos Caminhos de Ferro de Moçambique, onde, de facto, encontramos alguns professores dos distritos de Lalaua, Meconta e Mogovolas, que nos disseram terem-se deslocado à Nacala-porto a convite da Frelimo, e cujas despesas de alimentação e de alojamento foram suportadas pelo mesmo partido. WAMPHULA FAX - 20.02.2009
Afonso Dlhakama apontou os municípios de Nampula, Angoche, Ilha de Moçambique, Monapo, Ribáuè e Nacala-Porto, na província de Nampula; Montepuez e Mocímboa da Praia, em Cabo-Delgado; Quelimane, Mocuba, Alto Molocue e Gurué, na Zambézia; Dondo, Marromeu e Gorongoza, em Sofala; Chimoio, Cadantica, Vila de Manica e Gondola, em
Manica; Moatize, Angónia em Tete; e Lichinga e Cuamba, em Niassa.
De acordo com Dlakama, a Renamo está convencida de que obteve larga vantagem nas eleições autárquicas do passado dia 19 de Novembro, mas devido a alegadas manobras de fraude, aqueles municípios passaram para às mãos da Frelimo.
Por isso prefere vingar-se do seu adversário, não de forma violenta, mas democrática.
Aquele político considera que se a Renamo não tivesse sido roubada, haveria de “limpar” Maxixe e Massinga, na província de Inhambane, Majancaze, em Gaza, e Matola, na província de Maputo.